A música é algo transcendental e divino, faz bem ao ouvido e a alma, levando-nos a percorrer caminhos jamais sonhados, embalados nos sonhos musicais, somos capazes de sentir a presença do outro que está distante no ritmo melódico que nos acompanham nos caminhos áureos pela vida afora.
O cantar nasceu com o ser humano, suas origens, perderam-se nas brumas dos anos, pois cada povo possuiu seu jeito de cantar, como nós, os nordestinos, temos na nossa música, a marca registrada de nossa gente, sobretudo, nas vozes inconfundíveis daqueles que foram e são os artistas maiores dessa música tão bonita quanto bela. Quando o cantor exalta a mulher nordestina, as secas o são João, as cantigas de rodas, os pagodes autênticos, ritmados no baião imortalizado pelo Gonzagão, Marinês e sua gente, a rainha do xaxado, Trio nordestino, Jacinto Silva, com seu passo sincopado, Jacson do Pandeiro que segue a mesma bitola, Anastácia, Clemilda, Zé Gonzaga e tantos outros nomes dessa grandiosa constelação, hoje esquecidos, porque a mídia faz questão de os esquecer a todo custo, todos falam que eles foram e são bons, porém ninguém se atreve a sequer criar um programa com esses verdadeiros artistas do povo.
Ah! Meu prezado leitor, como essa música nordestina tão bonita está sendo maltratada, massacrada, vilipendiada, judiada e, sobretudo, assassinada pelas famigeradas bandas de forró, isto é destarte, lamentável o que vem ocorrendo, estão a todo custo descaracterizando nossa autêntica música nordestina, com músicas impostas pela mídia famosa é de estarrecer qualquer cidadão que se preze. Tive o desprazer de ouvir um cd., enquanto viajava, de um cantor mambembe, pé de cabra, cantando Luiz Gonzaga, fiquei triste, quando o inditoso “artista” cantou Cacimba nova, Asa branca, Sala de reboco, Vozes da seca, um hino nacional nordestino, pasmem, pois, meu leitor, diante daquele quadro dantesco, lúgubre e triste, uma lágrima teimosa, rolou em minha face, de ouvir tantos descalabros sonoros com nossa querida e inimitável música nordestina, pois o inditoso “cantor” assassinou todas as letras, sem música e sem melodia, muitas, só se percebia a música já no meio, haja vista a rapidez do cantor. Meu Deus, como devem estar tristes, esses verdadeiros artistas de renome onde estiverem, com tanta barbaridade. As quadrilhas de hoje estão mais para sexo do que para divertimento, com tantos gestos obscenos e gingados que fazem vergonha, e na maioria das vezes, são produzidas por alunos das escolas. Boa educação está sendo passada aos educandos, pobres coitados dessa geração indefesa. Mas é isto que a mídia quer, é isto que dá dinheiro, e dá ibope. Começaram falando no forró pé de serra, depois levaram para as escolas, aí as bandas metálicas, elétricas começaram a cantar com vocalistas sem voz, que levam dançarinos que só fazem requebrar mais que as mulheres, foi quando inventaram o sertanejo, ai veio a esculhambação misturaram tudo e agora a verdadeira música nordestina está perdida como cego em tiroteio, sem saber para que lado penda, até o Daniel está entrando também no sertanejo a exemplo do Sérgio Reis e outros, eles possuem boas vozes, porém no gênero deles.
Ora meu leitor, que não sabe de onde vem, também não sabe para onde vai, e este o é o triste fim de nossa música nordestina que está com a vela na mão, e tende a morrer, porque essa moçada que está ai, para ela quanto mais ruim, melhor.
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