Ao longo do meu ministério sacerdotal tenho atendido centenas de pessoas com os mais diversos problemas, uns menos outros mais complexos.
Logicamente que sendo cada pessoa única, irrepetível, os problemas por que passam dependem muito desse fator.
A personalidade de cada uma está totalmente impregnada de seu passado e sua própria genética. Em função disso, um mesmo problema pode ser encarado com menor ou maior intensidade por diferentes pessoas.
À primeira vista a maioria vem a mim, achando que seu problema está totalmente relacionado a questões espirituais, quando na verdade as motivações para tais consequências sofridas sejam, na maioria das vezes, oriundas, como disse, da própria genética, além da falta de objetividade na vida e de convivência, principalmente na família.
Recordando o que disse Hipócrates: “Antes de curar alguém, pergunta-lhe se está disposto a desistir das coisas que o fizeram adoecer”, uma das primeiras questões que faço, independentemente do caso, é: “Você quer ser curada(o) desse problema?”
Deve-se levar em consideração de que uma pessoa, por mais perturbada que esteja, em momentos de lucidez, ela quer se ver livre do que lhe atormenta.
Nos meus mais de 25 anos de ministério sacerdotal, somente uma pessoa respondeu: “Não!”. Nas diversas conversas que tive com essa pessoa, cheguei à conclusão de que ela estava desenvolvendo uma espécie de comportamento “autodestrutivo”, como se quisesse, mesmo que às vezes inconsciente, punir a si mesmo e aos seus familiares por questões relacionadas a convivência conturbada.
Se uma pessoa diz, “sim, eu quero ser curada”, logicamente que, dependendo do caso, haverá necessidade de vários momentos de conversa. O desejo de sair da ansiedade e/ou depressão fica bem menos complexo.
Por outro lado, ao dizer “não, não quero ser curada”, se o problema ainda estiver no início, até que a possibilidade de cura é maior. Mas se a perturbação já estiver avançada, aí será bem mais difícil.
Pensemos nisso!
Enigmas da vida...
EGO, ME IPSO!!!
[Pe José Neto de França]
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