E O ALMOÇO FOI SERVIDO
A casa era um estilo da sede de uma fazenda.
Pessoas iam e vinham, ao mesmo tempo em que traziam comida para colocar sob a mesa principal, se cumprimentavam, se confraternizavam... A alegria que parecia não ter fim dominava o semblante e a forma de agir de cada participante.
Ali, não havia falas referente a perdas, danos, privações, dores, sofrimentos, angústias, trevas etc. Só de vida, alegria, partilha, luz...
Percebi que a minha presença, apesar de destoar das dos demais convivas desse almoço/confraternização, tornou ainda mais intensa a atenção entre eles e deles em mim.
Pareceu-me ser, mas sem ser, o centro das atenções. Talvez pelo fato do “algo diferente” que eu estava vivenciando. Observando, mais atentamente, a atitude de cada um, senti, também, que eles queriam transmitir a mim algo que ainda não estava compreendendo.
Num dado momento, entendi que eles esperavam por alguém que não chegou (talvez fosse isso que eles queriam que eu percebesse: “alguém” que estava prestes a chegar), pelo menos enquanto estive ali. Mesmo assim, o êxtase no semblante de todos, inclusive no meu era máximo!
Mesmo sendo sexagenário, jamais participei de um momento festivo como esse.
De repente, “alguém” sem “avisar”, “avisou” que o almoço estava servido!
Foi o ápice da festa, não pelo banquete, mas pelo amor vivido e transmitido entre todos os participantes, inclusive eu!
Foi quando caí em mim em relação aos integrantes do banquete! Todos eram familiares meus que já estão no coração de Deus! Alguns amigos e amigas, também já no eterno.
Logicamente que eu sabia diferenciá-los quanto às categorias temporais (pai, avós, tios, tias, primos, primas, sobrinhos, amigos etc.), embora, nesse banquete isso não fazia diferença nenhuma, pois o liame reinante não era a carne e o sangue, mas era o amor.
Não me assustei! Aumentou ainda mais minha felicidade, se é que pudesse aumentar mais do que já estava.
Repentinamente, dei-me conta de que estava apenas em mais um dos “sonhos” realistas entres tantos que já tive ao longo de minha vida! Nesse dar-me conta, acordei inundado de uma paz jamais sentida! Faltavam poucos minutos para as 7h do dia 23 de agosto de 2022.
Enigmas da vida!!!
[Pe. José Neto de França]
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