ETERNOS AUSENTES PRESENTES

Pe. José Neto de França

Ouvindo a música “A lista” de Oswaldo Montenegro, fico a pensar na legião de amigos, incluindo aí parentes ou não, que ficaram pelo “meio do caminho” na minha trajetória temporal.

O fato de que sou sexagenário, faz com que essa “lista” seja bem extensa, isso sem contar aqueles que não foram tão próximos e que, simplesmente, que foram esquecidos no decorrer do tempo; número bem maior do que dos lembrados. Creio que se citasse cada um deles, já seria conteúdo para um livro. E que livro!

Recordando os amigos que marcaram minha história, começando pelo meu primeiro amigo, aquele que foi criado por mim quando ainda era bem pequenino, passando pelas primeiras e marcantes amizades reais, até o presente, guardo grande recordações, momentos mágicos vividos, aventuras fantásticas!

Como sinto saudades de todos eles! De muitos ainda recordo da fisionomia, timbre de voz, forma de olhar, de andar, seus gostos, desgostos, segredos, particularidades de cada um... Nossas conversas, resenhas...

À medida que o tempo passa, distancio-me do último encontro/conversa temporal com cada um deles, ao mesmo tempo em que me aproximo do possível tão aguardado encontro no eterno.

Quantos projetos entre eles e eu ficaram pendentes, já que nunca sabemos se vamos estar temporalmente no tempo sequencial ao momento presente... Como um “cafezinho”, meu vício, que tinha acordado com um desses amigos, mas que por motivos alheios a nós, ficou pendente... Será que “o tomaremos” na eternidade? Rsssss (risos)...

Parodiando o “Mito da Caverna”, de Platão, eles, nossos amigos, não estão mais no mundo das aparências, sombras (mundo temporal), onde nós ainda mortais estamos a labutar, mas no mundo real, libertos das limitações da vida temporal (o eterno).

Pensando nessa perspectiva, eles superando os limites da vida natural, deixaram para traz a nós que necessitamos morrer a cada escolha, decisão, dia que nos resta, até nos unirmos definitivamente a eles...

A cada lembrança, uma saudade... um sentimento que tempera a alma...

Enquanto isso, a vida segue...

Enigmas da vida...

[Pe. José Neto de França]

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