Verificando a extensa literatura espírita a cerca do tema, encontramos um excelente texto publicado no informativo espírita “O Imortal”, nº 633/novembro, 2006; do qual retiraremos algumas anotações para melhor sintetizar esse humilde comentário.
O culto aos mortos num dia determinado, com a visita aos cemitérios e oferendas, remonta aos tempos antigos e tem a sua origem nos cultos pagãos de adoração aos Deuses.
A partir do século XIII, a Igreja instituiu o dia 2 de Novembro como o Dia de Finados.
O tema “morte” geralmente causa certo e compreensível temor na maioria das criaturas, principalmente com a visão dominante e nada confortadora de que “com a morte acaba tudo”... ”do pó fostes criados e ao pó retornarás”!
É deveras doloroso, angustiante e até desesperador deparar-se com tamanha fatalidade... ”um ente querido transformado em pó”! Some-se a isto o sentimento de perda! “Acabou, nunca mais ver o ente amado”.
O Espírito Emmanuel, profundo conhecedor da natureza humana, entende bem esse sofrimento, e na mensagem “Ante aos que partiram”, ele ressalta:
[...]”Falem aqueles que, um dia, se inclinaram, esmagados de solidão, à frente de um túmulo, os que soluçaram de angústias, no íntimo dos próprios pensamentos, perguntando, em vão, pela presença dos que partiram”.
[...] “ quando semelhante provação te bate à porta, reprime o desespero e dilui a corrente de mágoa na fonte viva da oração, porque os chamados mortos são apenas ausentes e as gotas de teu pranto lhes fustigam a alma como chuva de fel”.
Ensina-nos o Espiritismo que “eles não morreram, mudaram apenas de vestimenta, fisicamente estão ausentes, mas espiritualmente continuam vivos”! E lembrando Emmanuel...”pensam e lutam, sentem e choram”!
Dois de novembro: “Dia de Finados”!
Uma pergunta pertinente: “Será que “os mortos” ficam sensibilizados ao nos lembrarmos deles?
A Doutrina Espírita defende que sim! Eles não morreram, portanto, nos veem, sentem nossas vibrações, nossas tristezas e angústias. Ficam sensibilizados quando nos lembramos deles. Se são felizes, essa lembrança aumenta sua felicidade; se são infelizes, essa lembrança constitui para eles um alívio. Daí a excelência das preces que a eles dirigimos!
No dia de finados, eles atendem ao apelo do pensamento dos que buscam orar sobre seus despojos, como em qualquer outra época.
Nesta data, os cemitérios ficam repletos de Espíritos, mais do que em outros dias, evidentemente porque em tais ocasiões há um número maior de pessoas que os chamam.
Não é,porém, indispensável comparecer ao cemitério para homenagear o ente querido que partiu. A visita ao túmulo é um modo de manifestar que se pensa no Espírito ausente – serve de imagem, mas é a prece que santifica o ato de lembrar, pouco importando o lugar, se ela sai do coração.
De vez em quando alguém pergunta "por que o espírita não vai ao cemitério" ? (no dia de finados, mais especificamente). Cabe aqui, portanto, um esclarecimento útil.
A Doutrina Espírita “não proíbe aos espíritas irem ao cemitério! Inclusive há muitos espíritas que visitam regularmente os túmulos de seus amigos ou familiares. Nada contra a quem assim procede!
O que ocorre é que, em detendo o espírita a tranqüila convicção de que seu ente querido não mais se demora por estas bandas, tendo demandado estâncias outras, mais ricas, de vida, guarda a consciência clara de que tudo o que ficou na sepultura foi a "roupagem gasta", e não mais, portanto, a pessoa com quem compartilhou experiências e afeto. Daí ter a certeza de que poderá pensar neles, enviar vibrações amorosas e preces em qualquer lugar que esteja e não somente diante do túmulo. Daí não sentir a necessidade premente de comparecer ao cemitério.
Sabendo que não esgotamos o assunto, também essa não foi a nossa intenção, lembramos mais uma vez a recomendação do Espírito Emmanuel:
Não nos desesperemos diante da partida de nossos entes queridos, não enchemos nossos corações de mágoa ou revolta, eles nos antecederam na viagem que um dia também nós teremos que fazer.
Queremos o bem deles? Então enviemos pensamentos de paz, de alegria, de esperança, de confiança e esperança em Deus, na certeza de que se o amamos, jamais os perderemos! Um dia esse Amor nos levará ao Reencontro na dimensão verdadeira.
Paz no coração de todos!
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