SÃO DOIS BURACOS. (A Anatomia da Educação)

Joaquim José Oliveira Chagas

O que fizeram com a educação de nosso país? Somos os últimos lugares nos testes que medem a capacidade de aprendizados de nossos alunos. “Há algo de podre no reino da Dinamarca”. Dizia Hamlet na de peça de Shakespeare. A calamitosa situação porque passa a educação nacional da “famosa” frase “Pátria Educadora” já começava capenga na essência pois nesta reflexão de ordem pedagógica, temos a clássica oposição entre “Instrução e Educação”, ou seja, “Escola e Família”, quem Educa é a família, premissa básica hoje delegada a Escola. No governo onde foi criado este slogan, não poderia ser de outra forma a “Liderança” não era capaz de articular uma oração simples imaginem uma composta, seria um esforço hercúleo.
Há um ditado que diz que “Se a Igreja se casa com o tempo atual, ficaria órfã no tempo seguinte”. O segredo de sua perenidade são suas verdades eternas que não segue modismo em tempo algum. Infelizmente, uma grande Ala desta igreja se casou com o secularismo se ideologizando; isto é outra história em que falaremos em outra ocasião.
Esta regra de ouro da igreja, deveria ser aplicada a Educação, mas não foi o que aconteceu, descobriu-se que: “O que se ensina na sala de aula hoje para esta geração, será o pensamento da geração seguinte”, em outras palavras uma das ferramentas uteis para quem busca o poder passa necessariamente pela educação.
Esta visão foi implementada por Hitler na Alemanha, ele achava que para garantir o futuro era preciso remodelar o presente, para isso o controle das Escolas era fundamental. Na Rússia, Lênin partilhava desta ideia de que o Estado deveria se tornar o educador e assumir a figura paterna, Gramsci na Itália chegava a conclusão que deveria ser conquistado coração e mentes através de todos os meios de comunicação disponíveis, (revolução cultural) ainda hoje no Brasil os pais não tem o direito de educar os seus filhos nos primeiros 5/6 anos, ou seja, ou você coloca seus filhos na escola ou o conselho tutelar bate à sua porta.
Conta-se que um oponente de Hitler disse: “não passarei para o seu lado”, e Hitler respondeu em um discurso em 6 de novembro de 1933, “Seu filho já nos pertence”.
Para se entender verdadeiramente o que aconteceu na Educação Nacional, é condição sine qua non começar lendo alguns livros como: “Quem Controla a Escola, governa o Mundo; Emburrecimento programado e Maquiavel Pedagogo e por último mais não menos importante”. “Desconstruindo Paulo Freire” aí então poderíamos ter uma ideia da gravidade do que fizeram com a nossa Educação.
Após lê esta bibliografia básica, ficamos a pensar se não seria a hora de partir para a educação no sistema HOMESHOOLING de tão grave que é a situação.
Vou citar trechos do livro Maquiavel Pedagogo para ilustrar com algumas passagens no que diz respeito a Educação na França qualquer semelhança não será mera coincidência: “Renovação pedagógica dos liceus, empreendida a partir de 1992”:
a) Ensino não cognitivo e multidimensional;
b) Diferentes concepções do saber;
c) Socialização dos alunos;
d) Avaliação formativa;
e) Auto avaliação;
f) Pedagogia centrada no educando;
g) Pedagogia por objetivos (behaviorismo e engajamento)
h) Pedagogia ativa.
i) Formação contínua de professores.

No capítulo V dedicado a Revolução ética: Os dois elementos da revolução psicológica que estudaremos neste capítulo são a revolução ética – a subversão dos valores – e a revolução cultural. Os elementos constitutivos da nova ética são os seguintes:
• Os direitos humanos (estendidos ao direito social: direito à habitação à alimentação ao trabalho etc.);
• A bioética;
• Os direitos das crianças (temível arma contra a família);
• A educação para a paz, a concórdia entre as nações o desarmamento, o civismo pacífico a fraternidade humana, a consciência da interdependência entre as nações (Unesco);
• A educação para o meio ambiente (Comissão de Bruxelas, Unesco)
• A criação de um “mundo mais justo e solidário, pilar da nova ordem internacional (parlamento Europeu)
• A “experiência da vida em uma sociedade multicultural”(parlamento europeu; temas similares na Comissão de Bruxelas e na Unesco);
• A tolerância (Unesco);
• A “passagem da competição a cooperação” (Unesco);
• O desenvolvimento da consciência política (parlamento Europeu; Unesco)
• A “paz no espírito dos homens” (Unesco) etc.

Trata-se de uma nova moral, pretensamente universal, e a qual se considera como elaborada cientificamente.
O desmoronamento do nível escolar é, pois, a consequência direta dessa redefinição de escola.

“A escola para todos deveria ser o instrumento do desenvolvimento individual e do desenvolvimento econômico e social, e não da mera reprodução social a serviço de uma minoria. ”...

“Assegurar o êxito de todos significa antes modificar as finalidades dos sistemas de ensino que privilegiam a competição e a seleção, e, portanto, modificar os objetivos e os critérios de avaliação dos alunos, para evitar que um fracasso no exame não conduza à exclusão social...”

Depois, de sabermos tudo isso, o que esperar de nossos políticos que passaram por esta lavagem cerebral ao longo de sua formação? Defenderão estas pautas ou narrativas que vem modeladas de fora para dentro, apresentadas como soluções modernas para o mundo do século 21, como se fosse a coisa mais natural do mundo.
Esta globalização de pensamento único chegou até nós um povo que já vinha sendo preparado para aceitar sem contestação.
Imagino, o trabalho árduo do nosso Ministério da Educação para tentar descontruir esta torre de babel ideológica.

Vamos passar mais um pouco de vergonha e indignação transcreverei um trecho de um relatório que um Agente Secreto da Tchecoslováquia falou sobre os brasileiros e sua educação por volta de 1962 ao passar a função para outro Agente que acabava de chegar ao Brasil. “ Os brasileiros de classe média frequentemente surpreendem um europeu com uma longa lista de faculdade e cursos que terminaram; mas, na verdade o conhecimento adquirido por eles é muito superficial, o que significa que no Brasil, por regra, encontramos pessoas ignorantes, que, mesmo com numerosos títulos científicos, não chegam aos pés da nossa gente com formação primária”.

Temos inúmeros exemplo, de pessoas que conquistaram o tão sonhado canudo de nível superior (País dos Bacharéis) e que não consegue entender uma frase um pouco mais elaborada. Mas, quando nos deparamos em um programa de televisão de alcance nacional onde uma jovem cantora, bonita, escolarizada, precisou receber uma pequena aula de anatomia das amigas mais experientes sobre nossos orifícios corporais. Ou seja, o buraco para ela é mais embaixo, já o nosso é o fundo do poço mesmo.

Joaquim José Oliveira Chagas

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