RETALHOS DE UM PAÍS

Joaquim José Oliveira Chagas

“RETALHOS DE UM PAÍS”
31/MARÇO - REFLEXÃO
“Quando você perceber que, para produzir, precisa obter a autorização de quem não produz nada; Quando comprovar que o dinheiro flui para quem negocia não com bens, mas com favores; Quando perceber que muitos ficam ricos pelo suborno e por influência, mais que pelo trabalho, e que as leis são nos protegem deles, mas, pelo contrário, são eles que estão protegidos de vocês; Quando perceber que a corrupção é recompensada, e a honestidade se converte em auto sacrifício; Então poderá afirmar, sem temor de errar, que sua sociedade está condenada”. (Ayn Rand)

Afinal, o que mudou? Os valores pelos quais lutamos, ou foi o mundo que mudou e junto mudamos com ele! Neste caso, nem uma coisa nem outra. O que mudou foram os atores, e da peça original já mudaram até o título. Estão reescrevendo a historia, aliás, quem vence sempre faz isto, cabe aos vencidos o silêncio obsequioso (lembro a pena imposta pelo vaticano a certo religioso que tentava conciliar Marx com Jesus).
O pessoal da esquerda chegou ao poder e desde então, a cada dia a história é modificada, adaptada a luz destes novos paladinos que lutaram, foram torturados em nome desta democracia e desta liberdade de que hoje desfrutamos. Será? Ou foi exatamente o contrário? Se eles estivessem vencidos, hoje com certeza não estaria escrevendo estas digressões. Afinal em todos os estatutos dos grupos de esquerda constava claramente que a luta era para implantar o socialismo num primeiro momento, e logo após uma ditadura do proletariado, basta pesquisar.
Enfim, depois de faxinar a casa do lixo ideológico que imperava naquela época onde o mundo todo estava polarizado e no Brasil não era diferente. O gato se recolheu e entregou a casa agora arrumada com obras de infraestrutura de norte a sul do País, hidrelétrica bi-nacional, estradas, aeroportos, pontes, criação do sistema “S” (Senai, Senac, Sesc, Suframa, Sebrae ) Embrapa, Fortalecimento da Petrobras, descoberta de petróleo etc. Nós os civis recebemos assim o País. Convocamos uma constituinte e o medo do gato foi tanto que transformamos a carta magna em um manual de sobrevivência.
Ora sou da época em que o 31/03 se comemorava nos quartéis hoje foi proibido virou data “non grata”, não é mais politicamente correto, afinal os militares brasileiros parece ter doença contagiosa ninguém que mais ser visto associados a eles. Estão cometendo erros gravíssimos seja por ignorância ou por má intenção, fico propenso à segunda opção.
Quem julga a história com os olhos do presente sempre cometerá distorções correm o risco de jogar a água da bacia com a criança dentro. (já aconselhava os historiadores)
Não estou aqui defendendo os excessos da Revolução, afinal houve excessos de ambos e era uma guerra, não se diz que no amor e na guerra vale tudo. Porque não se fala no justiçamento era o termo que usavam a época para uma execução sumária de um companheiro que se suspeitava estava passando informações para as forças armadas.
Portanto, devemos admirar o admirável e lamentar o lamentável, sem esquecer que o que se vê de longe são versões e não os fatos. Como diz a bíblia: Deus ama o pecador e abomina o pecado. Mas quem está interessado em fatos, bastam às versões.
É importante, não esquecer o passado, senão, corremos o risco de repeti-lo isto serve para todos. Mas o que estamos vendo é uma eternização do luto, alimentando e realimentando, com um jorro constante de lágrimas forçadas e caretas de pavor fingido, padecimentos e temores velhos de mais de 50 anos, afinal à medida que relembramos ad nauseum estas versões parciais dos fatos reforçam na sociedade que quem está na papuda, perdão, digo poder hoje são heróis e a heróis a gente nunca agradece o suficiente.
Está estória de passou em algum lugar da África:
Anoitecia na floresta e “na caverna do fantasma” o nosso ancestral herói, amigo certo das horas incertas, estava em silêncio obsequioso há anos. O “Fantasma” (o espírito que anda) ficava meditando sobre tudo que estava acontecendo na floresta dos pigmeus, seus eternos aliados razão de sua existência. Os pigmeus quase não o procuravam mais para resolver seus problemas, raramente era chamado e na maioria das vezes que era solicitado era por calamidade na floresta seja por seca ou cheia quando da época das monções, já se indagavam secretamente sobre para que serve mesmo “O Fantasma”?. Eles agora estavam em outro estagio civilizatório tinha programa tipo: minha oca, minha vida, bolsa clã, indenizações por não terem crescido culpa do eterno “Fantasma” que não distribuíra vitaminas “D” na época certa, eles não cresceram, por isto eram chamado de pigmeus e contavam agora com assistência saúde através de xamãs importados de uma ilha remota do oceano índico, os chamados xamãs itinerantes que curavam todas as doenças de seus filhos, afinal xamãs de casa não fazem milagres. Ora, antigamente eles se contentavam com espelhos, pentes, facões etc. hoje estão muito melhores.
Mas, “O Fantasma” o “espírito que anda” (os pigmeus acreditavam que o Fantasma nunca morre, acreditam que ele tem 366 anos) era o repositório moral da floresta, em todas as crises pelas quais a floresta passou lá estava ele, fazendo correção de rumo e colocando os pigmeus de volta no caminho, restabelecendo a ordem, e a paz sempre voltava à floresta.
“O Fantasma” espera que, os pigmeus acordem a tempo e que não seja necessário novamente tal chamamento, afinal os tempos são outros.

JOAQUIM OLIVEIRA CHAGAS

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