VESTIBULAR DE MALOQUEIRO É NA POLÍCIA

Fábio Campos

Uma reportagem interessante passava esta semana na televisão sobre uma nova síndrome surgida entre os jovens que fazem cursinhos pré-vestibulares; Uma tal de “ outubrite” (?) que caracteriza-se pela ansiedade, insônia, o nervosismo. Enfim o estresse causado pela expectativa que o vestibular proporciona nos vestibulandos.

Interessante é que são poucos os jovens que sabem a origem da palavra vestibular. Menor ainda a quantidade dos que se interessariam em saber a origem desse termo. Segundo os entendidos no assunto, a palavra se originou devido ao modo de marcar as respostas nos antigos cartões que era perfurando com um clip até proporcionar um “furo” ou vestíbulo, daí a palavra vestibular. Os cartões da Loteria Federal também eram assim, tudo pra que o computador conseguisse registrar, isso nem faz 30 anos ainda! Ou faz?

As campanhas políticas pra alguma coisa teriam serventia, e uma das utilidades seria a de mostrar estatísticas pra população. Ficamos sabendo, através delas, que mais pessoas agora tem geladeira, luz elétrica, carro, moto, etc. E que mais pessoas das classes menos favorecidas adentraram as universidades nos últimos anos. Menos mal!

E o trote? Infelizmente não são nada interessantes as estatísticas nesse quesito. São os resquícios da violência urbana fomentada pelo uso indiscriminado de drogas.

Quanta beleza ao lembrar de como nossos artistas das décadas de 60/70 compunham frevos e melodias, citando o vestibular a exemplo de Claudionor Germano:

Eu levei pau pau pau no vestibular/
mas a culpa não foi minha meu amor/
foi erro do computador/
chutei o A chutei o B chutei o C/
chutei todo o meu cartão/
Eu era o craque da seleção

E Martinho da vila que colocou na canção sua vida:

Felicidade passei no vestibular/
Mas a faculdade é particular/
Livros tão caros tantas contas pra pagar...

Em Santana do Ipanema na Praça da Bandeira maloqueiro quando aparecia com a cabeça raspada a galera comentava:

-Passou no vestibular da Polícia?


P.S. O costume de raspar a cabeça do detento vem desde a época do Militarismo e da 2ª Guerra Mundial, para evitar a infestação de piolhos e outros microorganismos entre a população carcerária.

Fabio Campos 26/10/2010 É Professor em S. do Ipanema-AL.

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