Dedico esta crônica ao Escritor Clerisvaldo B. Chagas a quem tenho profundo respeito e admiração.
É na mesa de bar o lugar ideal pra um bom papo com os amigos, desde que acompanhado de um composto alcoólico, seja um destilado ou um fermentado. Mas como um bom papo puxa oito. Abre-se um precedente pra se tomar a saideira, a ideira, a derradeira a expulsadeira!E por aí vai!
Pra descontrair tem o jogo do palitinho. Há quem libere seu lado criativo e aí passe a inventar siglas com os nomes das cervejas: BRAHMA: Bigode Raspado Arranha Homem Mal Acostumado; ANTARCTICA: Ainda Não Tentei Arriar Rodando e Cagando Talvez Isso Cause Acidente. Têm outras mais. Pra o nome FANTA,por exemplo, pelo caráter pornográfico, preferimos não decifrar a sigla popularmente criada.
Em 1977 ouvi falar pela primeira vez do Povoado Riacho Grande numa aula do professor Clerisvaldo, sobre a feira livre que existia lá.Visitei aquela localidade e dez anos depois estava casado com uma ruipalmeirense. Ali fiz muitas amizades. Como a de meu amigo Aldo Ferreira que já foi pro "andar de cima", quando ainda se encontrava no nosso meio, gostava de mesa de bar e da mesa do lar desde que estivessem rodeadas de amigos e em cima, um recipiente contendo cana em estado líquido.
Certa feita, depois de um dia inteiro dedicado ao seu esporte predileto: Arremesso de copo.Aldo chega à sua casa "Pisando em Rolimã". Melhor dizendo, "Nas Asas de Amaro". Já passava da meia-noite e todos dormem. Dirige-se à cozinha e na penumbra vai procurar o que comer. Tateando encontra num canto do balcão da pia,uma vasilha. De posse de uma colher, passa a ingerir o conteúdo do depósito plástico. Já perto de acabar, encontra umas cascas de manga. Era a vasilha da lavagem. De boca cheia muito indignado consegue balbuciar:
-Eu já disse a mulé que não gosto de orelha de porco na sopa!
Depois de comer tudinho, arriou no sono debruçado na mesa do lar.
Fabio Campos 19/10/2009
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