Neste final de semana estivemos fazendo parte do Exame Nacional do Ensino Médio – ENEM, como aplicador. Na reunião prévia que capacitaria os fiscais um item foi colocado; Que todos os fiscais comparecessem no horário predeterminado portando caneta preta e relógio de pulso e houve ainda proibição para o uso de celular O primeiro item até que não foi problema a questão era que muitos não mais possuíam relógios de pulsos devido a comodidade desse recurso existir no telefone celular o que estava proibido.
Aliás esse recurso tecnológico é dotado de infindáveis acessórios que facilitam a vida do usuário, a depender do tipo, da marca e etc. Podemos encontrar aparelhos celulares com, internet, câmara fotográfica digital, I-poid MP3, Webcam, calculadora, vídeo games,rádio AM/FM é uma parafernália de recursos que não acaba mais.
Um dos colegas fiscais lamentava não poder usar seu MP3 ou mesmo rádio enquanto vigiava os candidatos, ouvindo com fone de ouvindo uma música pra passar o tempo. lembrei-me de um resenha ocorrida comigo no tempo de estudante no ginásio Santana. O saudoso Zé Nogueira, da Lanchonete da ponte Nova, levou pro Ginásio um rádio portátil da marca Motorádio com um som de excelente qualidade, inclusive a maior tecnologia pra época era se o rádio possuísse fone de ouvido. Esse possuía! Pronto foi motivo suficiente pra que eu endoidasse por adquirir o aparelho receptor. Só sosseguei depois que comprei. Na primeira oportunidade que tive para usá-lo com os fones, eu estava em casa na companhia do amigo Silas Malta. E surgiu um problema; quando colocava os fones o rádio não funcionava, sem fones bom danado! Com fones nada!
E Silas do alto de sua vasta experiência com eletroeletrônicos (é genético, é de família) disse:
-Isso é besteira eu ajeito isso num instante. Tem uma chave de fenda?
-Não não tenho.
-Uma faca de mesa tem?
-Dá pra arranjar.
Ali mesmo no balcão da mercearia, Silas iniciou uma “operação desmanche”. Daí a pouco o que antes era um rádio portátil estava reduzido a um monte de peças soltas. Confesso que fiquei um pouco preocupado, ao mesmo tempo curioso pra ver em que ia dar aquela iniciativa de conserto do meu rádio. Noção de como montar novamente eu não tinha. E ele sem pestanejar declarou com muita propriedade, o que na verdade não me tranqüilizou nem um pouco, só me deixou mais apreensivo:
-o caso não é tão fácil quanto eu pensava!
Dizendo isso recolheu com uma das mãos os “restos mortais” ou seja tudo quanto era de peças soltas pra dentro de uma das tampas do rádio. E a muito custo lacrou com a outra metade.Tudo solto lá dentro, parafusos caindo pelos buracos. E Silas concluiu nosso encontro dizendo:
-Eu vou levar pra estudar onde é o defeito em casa. Amanhã eu trago.
Isso foi em 1977, talvez 78. Ainda vi Silas umas duas vezes depois disso. E perguntava:
-Silas e o rádio?
-Estou estudando. Tô estudando...
Fabio Campos 08/11/2010 É Professor em S. do Ipanema –AL.
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