A você, arquiteto Andrey Pacífico, dedicamos essa crônica, nosso leitor assíduo, e a seu tio, meu amigo Mário Pacífico, que nos forneceu informações importantes para composição da mesma. Nossos agradecimentos.
*Remi Bastos, Francisco Soares lá de Palmeira dos Indios manda-lhe um caloroso abraço! Também ao amigo Fernando Valões. E a todos que sempre nos perguntam por ele.
“Alôôôôô maestro!” Com esse grito de guerra. E a marchinha “Vassourinha” Francisco Soares, após o prefeito passar a chave da cidade ao Rei Momo, abria oficialmente o carnaval de Santana do Ipanema, nas maratonas carnavalescas da Praça Manoel Rodrigues da Rocha, de anos passados. O palanque, denominado por Chico, de Quartel General do Frevo, era improvisado em lastro de tábuas apoiadas em tonéis cheios de areia. A praça toda era rodeada com um cordão de isolamento e figuras folionas, pintadas por Cícero Lopreu, corroboravam a decoração. O som dependia de caixas amplificadas e bocas de difusora em um carro de som.
A Banda que animava o tríduo momesco, era a do maestro, a quem Francisco Soares referia-se no início, maestro Miguel Bulhões, que tinha o acompanhamento do cantor Dênis Marques, vocalista. Cícero Queiroz (ex-integrante da banda MC7 de Miguel Lopes) na bateria, Sérgio Campos e Geraldo Maleta (saudamos este in memorian) nos taróis, Macarrão e Toinho das máquinas nos Bombos, estes compunham a percussão. Marcelino, Ivaldo e Miguel Bulhões, e mais outros filhos do maestro, nos metais. E tinha alguém que não lembro o nome, mas lembro perfeitamente a fisionomia que tocava no Contra-Baixo. Essa era a banda, A Teimosa, que animava as maratonas. Varava a madrugada, até as quatro ou cinco horas da manhã.
E os Blocos? Durante os três dias de folia os Blocos carnavalescos perambulavam pelas ruas da cidade. Eram eles que caracterizavam os carnavais de então. Faziam visitas às casas de familiares dos próprios componentes e a amigos.
De quais lembramos? Bloco dos Cangaceiros, dos estivadores. O Urso Preto. Os “Bobos”. Bloco Pau D’arco de Remi Bastos, Bloco do Sapo, a maioria deste, eram funcionários do Banco do Brasil. Os Fantasmas, dos universitários que estudavam em Maceió, Os Morcegos de Espirro, Manoel Filho, Hugo e Nenen. O Mela-Mela de Josa Pinto e Amigos, As Pastorinhas, Os Furdunços de Léo do Correio e Valdo Santana, Bloco do Passarinho de Marcos Davi e Hiran de Bartolomeu, Os Magnatas de Gervásio Carvalho, Henaldinho Bulhões, Peba, Julio Cesar e Cloves Vieira, Bloco da SUAT de Carlinhos da Ceal e Wanger, Bloco dos Mexicanos de Sérgio Campos, Paulo Fernando e Cristovão Ferreira, Intimidade com a Sogra de Tonho Baixinho da Padaria Centenário e Mário Pacífico, que nos convidaria para fazer parte deste, tempos depois. Bloco dos Piratas de Mailson Francelino. Os Caça Cachaça de Xogoió e Doginho, O Arrastão de Zé Negão, Bloco das Quengas de Maurício Alécio do Doce Vício.Bloco das "Pecinhas" de Santana de Albérico "Ventão" irmão de Naninho. E muito, muito outros. Tempos depois surgiria, O Bloco Carcará na Folia da Polícia Militar.
E tinham aqueles que não faziam parte de Bloco nenhum, mas que saiam às ruas, fantasiados ou não, muito animados. Levavam, aonde iam, a alegria do carnaval. Entre estes; Seu Nôzinho , Ialdo e Reginaldo Falcão mais Pelé de Eugênio. Zé Sapo. Canário, Pezão, Cecéu, Aderval Papa-figo, Toinho cabeleireiro, Ziburga, Tião, Maurício de Dota. O irmão de Walter Ramos. Os saudosos: Nirlando Pereira, Jair do Ipanema e Mestre Abel. Eram tantos. E nossa memória, talvez traída pelo distanciamento dos anos, teime em não lembrar. Aqueles de quem não lembramos, ou quiçá, passamos uma informação desencontrada, aceitem nossas desculpas.
E Francisco Soares? Saía sozinho pelas ruas. Uma cana ôca de bambu e um caneco de alumínio (com o escudo do Flamengo) a tiracolo. Quando alguém perguntava: - Ôxente Chico! Cadê os outros componentes do bloco? Com sua peculiar irreverência, respondia taxativo:
-É melhor só do que mal acompanhado!
Fabio Campos 11/02/2010 Contato: fabiosoacam@yahoo.com
PRA TODOS DESEJAMOS UM BOM CARNAVAL!
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