Esta semana esteve visitando sua terra natal, Santana do Ipanema, o ex-cronner e fundador da Banda MC 7, Miguel Lopes. Em visita ao Bar Comercial do nosso amigo Mário Pacífico, onde um dia estivera empregado, ali vieram velhas reminiscências do passado. Do tempo da Banda “Os Naturais” que animava no Cine Alvorada, as jovens tardes de domingo dos programas de auditório. Lembro só de alguns componentes: Lobinho irmão de Geraldo “Léo de Mariá”, Valdon de Senador Rui Palmeira e o próprio. Lembranças também vieram da Banda “Os Tremendões” de Mané Morais, que depois iria embora pra Palmeira dos Índios.
Um episódio marcou-nos daquela época em que Miguel Lopes, morava na Séde dos Artistas, que ficava ao lado do Tênis Club Santanense. Nosso saudoso primo Cícero Lopreu, teve a idéia de ali, fundar uma Academia de Karatê. Lopreu que tinha ido a São Paulo, voltou com a história que lá na capital mais populosa da América Latina, adquirira a graduação de 2º Dan Faixa Preta de Karatê. Na época, estava muito em voga os filmes de Bruce Lee, campeão de Kung Fu. Não demorou e nosso primo conseguiu uma legião de discípulos. A molecagem do Monumento toda, e muitos amigos do “mestre”, entraram pra academia, que aceitava o pagamento da mensalidade até em Pitú, pois o karateca chefe apreciava o destilado de Santo Antão. Irazildo irmão do mecânico de automóvel Bonfim, por sua vez mantinha uma Academia de Judô, próximo aonde hoje fica o Centro Espírita Médium André Luiz. Academia por sinal muito idônea, e os filhos dos ilustres membros de nossa sociedade da época, matricularam-se ali para aprender aquela técnica de defesa pessoal. Os discípulos de Lopreu empolgados com os filmes que assistiam começaram a criar um clima de rivalidade entre as duas academias. Não demorou, e a mente brilhante do Mestre teve uma idéia.
Lopreu inventou-se de fazer um desafio a Irazildo. A luta do século! E espalhou-se os cartazes pela cidade: “JUDÔ X KARATÊ. De um lado do ringue ele: O professor Irazildo faixa preta de Judô! No outro canto do ringue: O grande mestre das artes marciais faixa preta de Karatê, Cícero França Campos, o popular Lopreu”. E é chegado o grande dia, uma público considerável compareceu ao Tênis Club Santanense pra assistir ao evento. Era uma galera quase que exclusivamente masculina. Lopreu, na surdina, tinha feito um acordo com seu oponente, pra tudo não passar de armação, um embuste. Haveria dois rouds. E cada um, “venceria” um roud. No final a luta teria como resultado um empate técnico. E ninguém sairia perdendo. Tudo certo, tudo combinado. Só que na hora agá: Irazildo não quis saber nada do combinado, de enganar o público. Aplicou tremenda surra no coitado do Lopreu, que saiu dali debaixo de vaias.
Dias depois, Miguel Lopes faria essa marchinha de carnaval pra homenagear o amigo:
O Tênis não foi vencido
No desafio de Lopreu e Irazildo
O Irazildo foi logo se aproximando
E o Lopreu pulou gritando
Vem quente que eu estou fervendo
Daí então veja o que aconteceu
O Lopreu ficou por baixo
Sem fazer o cambalacho
Irazildo lhe bateu
LOPREU LOPREU
QUE KARATÊ ESSE SEU? Refrão
LOPREU LOPREU
QUE KARATÊ ESSE SEU?
Mas o Tênis até tremeu
No desafio de Irazildo e Lopreu...
Fabio Campos 28/05/2010 É professor em Santana do Ipanema – AL.
Contato: fabiosoacam@yahoo.com
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