Sempre quis fazer uma crônica que falasse de cavalo. O problema é que não surgia a oportunidade. Ontem finalmente apareceu o ensejo. Então dediquemos estas linhas, a uma das mais belas, entre as espécies do reino animal, o Equus cabalus. Se escolhesse falar do quanto eles são citados no folclore brasileiro, muitas laudas dariam pra compor só com esse viés. Senão vejamos uma pequena mostra nos ditos populares: “A Cavalo dado não se olham os dentes.”; “Cavalo não desce escada.”; “Cavalo encilhado não passa duas vezes.”; “Quem muito fala dá bom dia a Cavalo.”
O primo pobre do cavalo, o Equus asinus, popularmente chamado de asno, jerico, jegue, jumento. Ocasionalmente, digam-se de passagem, inadequadamente chamado de burro! Também dá ainda mais pano pras mangas: “Se amarra o Burro onde o dono manda.”; “Burro que geme, carga não teme.”; “Vozes de Burro não chegam ao céu.”; “Quando um Burro fala os demais musgam as orelhas.”
Com certeza não poderíamos deixar de citar os cavalos mais famosos da história. Digitei no “cavalos famosos na história” Google.com.br, e encontrei um cara que se assina com o pseudônimo de “Químico”, ele disse:
“Tem uns bons “Incitatus” era o cavalo de Calígula, o Cesar de Roma. Ele (o cavalo) tinha status de Senador e Calígula havia proposto sua nomeação como cônsul(...). Um dos famosos cavalos de Napoleão se chamava “Blanc” (Branco), mas ele não era branco e sim alazão (castanho avermelhado claro). Daí vem aquela perguntinha marota “qual é a cor do cavalo Branco de Napoleão?” Então, Branco ( com B maiúsculo porque era nome e não cor) era alazão. Um outro cavalo famoso de Napoleão chamado “Vizir”(...) aparece no retrato célebre enquanto da sua retirada da Sibéria. Bucéfalo foi o cavalo de Alexandre “O Grande”. Conta a história que o bicho conseguiu levar Alexandre até a Índia e voltar a Macedônia.”
O que fez-me utilizar o cavalo como tema de minha crônica, foi ouvir a minha filha Monaly, comentar que um professor universitário, postou em sua página no Facebook que tinha como cargo, função ou profissão: “Tangedor de Burro”.
Meu colega Aleilson, estudante universitário do curso de Biologia (Uneal – Pibid) mandou-me por E-mail esta fábula que reflete bem a situação do nosso professor que postou mensagem no facebook:
“O Cavalo e o Burro
O cavalo e o burro seguiam juntos para a cidade. O cavalo contente da vida, folgando com uma carga de quatro arrobas apenas, e o burro — coitado! gemendo sob o peso de oito. Em certo ponto, o burro parou e disse:
– Não posso mais! Esta carga excede às minhas forças e o remédio é repartirmos o peso igualmente, seis arrobas para cada um.
O cavalo deu um pinote e relinchou uma gargalhada.
– Ingênuo! Quer então que eu arque com seis arrobas quando posso tão bem continuar com as quatro? Tenho cara de tolo?
O burro gemeu:
– Egoísta, Lembre-se que se eu morrer você terá que seguir com a carga de quatro arrobas e mais a minha.O cavalo pilheriou de novo e a coisa ficou por isso. Logo adiante, porém, o burro tropica, vem ao chão e rebenta.Chegam os tropeiros, maldizem a sorte e sem demora arrumam com as oito arrobas do burro sobre as quatro do cavalo egoísta. E como o cavalo refuga, dão-lhe de chicote em cima, sem dó nem piedade.
– Bem feito! exclamou o papagaio. Quem mandou ser mais burro que o pobre burro e não compreender que o verdadeiro egoísmo era aliviá-lo da carga em excesso? Tome! Gema dobrado agora…
Autor: Monteiro Lobato”
Também vem à calhar para esta ocasião, caro professor Universitário?! Uma piada que contei noutra crônica:
“O professor querendo ser irônico, diante de sua turma questionou:
-Quem for burro! Por favor queira ficar de pé!
Joãozinho, somente ele colocou-se de pé. Então o mestre sarcástico indagou-lhe:
-Então Joãozinho! Você é o único burro dessa turma?
-Não professor, é que eu vi o senhor sozinho aí em pé. Fiquei com pena, e pra lhe ser solidário, né?...”
Fabio Campos 20.03.2013 Breve no fabiosoarescampos.blogspot.com o Conto: “A Maldição do 13”
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