“Tema: Fraternidade e saúde pública,
Lema: "Que a saúde se difunda sobre a terra!
(Cf. Eclo, 38,8)”
“Hoje se inicia para os cristão católicos do mundo inteiro a Quaresma, tempo em que a liturgia da Igreja convida os fiéis a se prepararem para a Páscoa, mediante a conversão, com práticas de oração, jejum e caridade. Esta é a 49ª edição da CF, é realizada todos os anos e seu principal objetivo é despertar a solidariedade das pessoas em relação a um problema concreto que envolve a sociedade brasileira, buscando caminhos e apontando soluções. Neste ano de 2012 a Campanha da Fraternidade destaca a saúde pública . A CF de 2012 tentará refletir o cenário da saúde no Brasil, conscientizando o Governo da precariedade de condições dos hospitais e mobilizando a sociedade civil para reivindicar melhorias neste segmento do serviço público. O secretário geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Dom Leonardo Ulrich Steiner, abre, hoje às 14h, na sede da Conferência, em Brasília (DF), a Campanha da Fraternidade 2012. O tema proposto para a Campanha deste ano é “Fraternidade e Saúde Pública” e o lema “Que a saúde se difunda sobre a terra”, tirado do livro do Eclesiástico. (Site da CF)”
Segundo a Organização Mundial da Saúde: Saúde não é apenas a ausência de doença. Saúde é um estado de completo bem-estar físico, mental e social. Um dos bens mais precioso que devemos buscar, enquanto nesta dimensão da vida, são esses três aspectos materiais de saúde. De posse disto, outras virtudes são muito mais prazerosas de se obter, e ter vida profícua. Sabiamente sob esta óptica, a verdadeira igreja, a de Cristo, enxerga claramente que o cristão precisa de saúde corporal para caminhar com - e em direção a - o irmão. E de posse dessa saúde, ter discernimento sobre a busca da vida plena, rumo a dimensão espiritual. Só nos tornamos cristão, na mais completa acepção da palavra, se somos solidários, se somos fraternos, se não somos egoístas, egocêntricos. Daí galgaremos mais um degrau em direção da cruz de Cristo.
O cartaz da campanha traz um jovem representando um servidor da saúde pública, que pode ser um técnico em enfermagem, ou um médico, acolhendo um senhor idoso representando naturalmente, um paciente. O rapaz do cartaz olha o possível enfermo nos olhos. Não faz muito tempo recebi uma mensagem de Email que abordava o tema atendimento médico. A mensagem, na verdade, um manifesto de revolta e indignação, um desabafo, um grito de protesto contra os maus profissionais da saúde que todos os dias atendem milhares de pacientes de forma desumana, prostrados nos leitos, nas macas e até mesmo no chão dos corredores dos hospitais.
Surpreendi-me noutro dia, ao ouvir um jovem aluno meu, dizer que não sabia quem era a pessoa de Doutor Clodolfo Rodrigues de Melo. Até mesmo alguns desavisados santanenses de mais idade pensa que o médico, um dos maiores obstetra que já atuou por estas plagas, do médio e alto sertão alagoano, já não mais se encontra entre nós. Talvez porque haja esse péssimo costume de só se prestar, a grandes figuras de destaque da sociedade, homenagens póstumas. Certa vez, ainda jovem fui conduzido por meu pai ao consultório de Doutor Clodolfo, não tinha mais de catorze anos de idade, e na consulta, feita como deve ser feita uma consulta médica, onde o médico examina o paciente. Auscultou os pulmões e coração, conferiu a pressão arterial, observou a pupila do olho, mediu o reflexo com o martelinho, entre outros procedimentos. Ouviu do seu ingênuo paciente que achava estar com problema no coração. O experiente homem olhando-me nos olhos, sorriu. Vinte seis anos depois, retornei a seu consultório, não mais para uma consulta, mas acompanhando minha esposa. Iniciamos uma conversa um bate-papo. E recordei aquele momento da consulta do passado. Observei que Doutor Clodolfo, Médico com “M” maiúsculo, no alto de sua octogenária idade, continuava com seu “procedimentos padrão” de olhar seu paciente no olho, de perguntar pela família. De sorrir. E seu antigo paciente agora com um pouco mais de idade, arrancando mais um sorriso do seu médico, encerrou o colóquio dizendo:
-É doutor! Com esse monte de médico novo, tudo estressado, o problema não é mais no coração. Tá deixando todo mundo é doido!
Fabio Campos Breve Conto inédito no blog fabiosoarescampos.com
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