A, Ednaldo Ferreira - Naldinho -Dona Mocinha e Seu Sulino retratista (seus pais, in memorian) dedicamos esta crônica. Estamos gratos pelo contato, via E-mail, daí de Salvador-Bahia. Esse santanense, longe de sua terra a mais de trinta anos.
Eram tantas que vamos dividi-las em diversos tipos: Brincadeiras Recreativas e Competitivas; Com Uso de Recicláveis; As de Época; Com Uso de Recursos Naturais; Exclusivas das Meninas e Com o Próprio Corpo:
RECREATIVAS E COMPETITIVAS
Jogo de Chimbra (bola de gude), Soltar pipas. Bafo-Bafo de figurinhas. Ouro Busca, Garrafão, Rouba Bandeira, Esconde-Esconde. Dar nó de Ceará na roupa dos colegas nos banhos do Ipanema. Pião de ponteira. Brincar com boi de barro. Mandrake, Mudinho e Mão no Bolso. Pular ou carregar na cacunda. Peladas de Futebol.
COM USO DE RECÍCLAVEIS
Juntar notas (rótulos de cigarro); Ferro de finca; Cavalo de cabo de vassoura, espadas e revólveres de pedaços de pau. Carrinho de rolimãs. Patinetes de rolimãs. Carrinho e caminhões e apitos feito de lata de óleo, os pneus dos carrinhos eram de chinela havaiana; Rodar um pneu velho ou só o aro, rodar um filtro de carro puxado com um pedaço de arame. Fazer jangadas e barris de palito de picolé e tampa de garrafa. Fazer um vialejo com um pente e um pedaço de papel celafone, ou com uma caixa de fósforo vazia. Dar lapada nos colegas ou matar moscas com liga de dinheiro ou pedaço de câmara de ar. Sapato Alto: Fazia-se com dois quengos de coco ou de latas de leite ninho. Telefone, com duas latas de ervilha e um cordão; Catavento de cartolina. Revólver feito com ligas e carretel de linha. Quando faltava energia elétrica faziam-se umas Lanternas, com uma lata e uma vela acesa dentro. Brincar de Circo, fazia-se, uma bateria musical, toda de latas velhas, tinha palco, bilheteria e ingresso pra entrar. Passar Filme: Com pedaços de película, encontradas no lixo do Cine Alvorada, fazia-se um projetor feito de caixa de sapato e uma lâmpada incandescente queimada.
AS DE ÉPOCAS
No carnaval: Mela-Mela com maizena. Lança cheia dágua. Bloco de bicicletas barulhentas. Na páscoa fazer e desmanchar Judas. No São João: Soltar chuvinha, traque, beijo-de-moça, bomba de cordão, foguetão, diabinho, Estrelinha. Quando um dos fogos falhava desmanchava-se fazia um trilho, e riscava-se um fósforo, era a Bufa de Véia. A roqueteira, era um artifício feito com um cano fino e um prego, enchia-se de pólvora e batia-se na parede. Muito perigoso! Soltar Bombas em baixo de uma lata. Subia! Alguns, colocava um sapo. Que maldade!
COM USO DE RECURSOS NATURAIS
Guerrear com caroço de mamonas; Fazer um apito com uma folha de fícus; Meter Pega-pinto na roupa dos colegas. Com bambu e caroços de melão bravo, brincar de Zarabatana. Jogar uma vagem seca do pé de Acácia, contra o vento, produzia um som forte. Rodar um carrinho feito de flecha do mato. Caçar passarinho com peteca (boladeira ou estilingue). Moldar objetos com argila de barreiro e com ela também fazer balas de petecas, Fazer Anel de galho de goiabeira. Fazer Colar de contas achadas no rio Ipanema. Quebrar Coco Ouricuri; Assar castanha.
EXCLUSIVAS DAS MENINAS
Avião (Riscado no chão com carvão, jogava-se com cacos de telha); Pedra; Brincar de roda; Passarás; Pular corda. Bambolê. Queimado. Calunga de pano, bonecas e Casinha. Panelada. Seu Rei Mandou Dizer, Cabra-Cega, Onde está o morto; Que fruta você é; Peteca (Uma almofadinha com penas de ave), Bola de meia, Pirulito que Bate-Bate, Cama de gato (Um emaranhado de cordão nas mãos com ele construir figuras geométricas). Falar na linguagem do “P”.
Vamos abrir aqui um parêntese pra lembrar de brincadeiras inventadas, claro, por eles, os maloqueiros da Praça do Monumento. Que mentes prodigiosas:
-Vamos brincar de “Repita o que eu disser”! Você repete a última palavra que eu disser e acrescenta: IDA. Certo?
Citava algumas palavras e...
-Encontrei uma Estôpa!
-Estôp...Ah!
-Agora é minha vez! Tudo que eu disser que encontrei, você completa com: CÃO DA MINHA VÓ! Certo?
Depois de algumas palavras...
-Encontrei uma taba!
-taba cão... Ah!
Tinha aquela da simulação de uma briga com o pau melado de merda (fizemos uma Crônica sobre esta. Ano passado); Pregar borracha de chiclete no cabelo dos colegas. Cagar trepado num pé de fícus da praça; Botar rabo de papel nos colegas distraídos.
E finalmente as brincadeiras: COM O PRÓPRIO CORPO
Dar Malacadas (petelecos) nas orelhas dos colegas distraídos. Dar muçicada ( Uma paletada com dois dedos no braço do colega). Produzir um som com as duas mãos em concha. Virar as pálpebras superiores pra fora (João Pedro irmão de Bernardo Gaia, conseguia fazer isso). Com a mão direita esfregar o peito direito e com a outra bater no peito esquerdo. Com a mão direita, por exemplo, flexioná-la sob a axila esquerda, pra conseguir um som semelhante ao pêido. Brincar de ver quem conseguia mijar mais longe ou Dar a cuspida mais longe. Dar o mais longo arroto (Rosival Sobreira, ainda é o campeão!).
Soltar a maior quantidade de pêidos. Certa feita estava Bonfim da oficina com os filhos, divertiam-se a valer com essa brincadeira, lá na toca. E um pêida de cá, o outro pêida de lá. Daí a pouco o filho olha desconfiado pro pai. E todo distrenado comunica:
-Paaai! Ô pai!
-O que é?...
- Num foi um pum não. Eu tô é todo cagado!
Mensagem aos Jovens: A maioria das brincadeiras são citadas apenas os nomes. Caso você queira saber a dinâmica de alguma delas e aos de nossa época: E aí, foi bom relembrar? Você lembra de alguma que esqueci? é só entrar em contato conosco fabiosoacam@yahoo.com
Fabio Campos 01/02/2010
Comentários