BAR COMERCIAL 50 ANOS - POESIA

Fábio Campos

O BAR COMERCIAL do saudoso Sebastião Pacífico. Tendo a frente atualmente, seu filho Mário Pacífico completa neste mês de maio 50 ANOS de existência. O BAR COMERCIAL foi Matéria de página inteira do tablóide "O JORNAL" em reportagem do jornalista Zé Marques em entrevista concedida pela filha do comerciante a escritora e poetisa ( e cronista) Lucia Nobre. Em Abril de 2010.

Arrumei um dia desse
Uns três ou quatro imbus
E fui tomar umas canas
Com uns amigos bacanas
No velho Bar da Pitú
Esse nome é consagrado
Mário não me leve a mal
Pois o nome de verdade
Chama BAR COMERCIAL
Quem botou foi o seu pai
Esse nome especial
Ninguém esquece jamais
Não existe outro igual
Saudoso Sebastião
Dos Pacíficos o Maioral
O amigo e sempre irmão
Em nosso memorial
Pela sua atenção
O atendimento é legal
Para sua satisfação
Vá no BAR COMERCIAL
O Bar é muito frequentado
Por honesto e trambiqueiro
Por liso e quem tem dinheiro
Por cabeludo e Mavú
Por cabra que enrola a conta
Por gente brabo que afronta
De rabo e também Surú
Quem numa jega se monta
Ou corno cheio de ponta
Só vá vestido e não Nú
Lá anda São Severino
Vai homem, moça e menino
Jogador e ladrão fino
Magro e gordo Cururu
Gente da sociedade
Do campo e da cidade
Limpo ou feito um Urubu
Por ateu crente e vaqueiro
Por cabra raparigueiro
Vai branco e Nêgo Zulu
Menino e mulher sincera
Ladrão na brinca e na vera
Quem tem gado e boi Zebu
Por gente boa e pingunço
Por gente que faz furdunço
Que vem do norte ou do Sul
Amigos de Mário vai
Menina, moça e rapaz
Ou velho já brucutu
Quem gosta de tomar cana
Vai no meio da semana
Cerveja e uma nambu
Prato de cuscuz com bode
Se não tiver liso pode
Peça pra mim e pra Tu
Vem os cabra da capital
Da Cohab e o Bacurau
Do Alto do Mulungu
Vai quem ta no meio da feira
Quem vem lá da Quixabeira
Vai no Bar tomar Pitú
Do Óleo e Sítio Jaqueira
Gravatá e Gameleira
De Areias e do Caititu
De Senador e Carneiros
Se estiver com dinheiro
Corra pro Bar papa-angu
Se bater uma tristeza
Vá no Bar sente na mesa
Não se entregue Jaburu
Peça lá aquele moço
Cerveja e um almoço
Não fique aí jururu
Vem gente de Dois Riachos
Vaqueiro é cabra Macho
Quer tripa e feijão andu
De Olhos Dagua e dali
Maravilha e Canapi
Vem do Poço e do Quandú
Vá devagar ou no pique
Lá no Bar tomar uísque
Com gelo e mel de Uruçu
Um dia chegou ali
Um véio muito esquisito
Barbudo magro um palito
Era o Beato Salu
Ninguém sabe de onde vem
Por ali chegou também
Um torcedor do Bangu
Ernandes e professor Ely
Reginaldo e Denancy
Também foi Luiz Buru
Homero com seu raidinho
Chega Osmam e Ialdinho
Vem carregando um peru
Chega “Muia” bem ligeiro
Dizendo que tem dinheiro
E quer “uma” com caju
Vem Tonho baleia e André
Depois vem Marcos Tripé
O tira-gosto é bejú
Beto e major Everaldo
Chega com copo de Caldo
E um prato de Pirambu
Querendo furar a fila
Chega ali o nêgo Lila
Traz o cachorro Lulu
Nego Paulo e Tonho mutuca
Chega fazendo muvuca
Mais preto que um Ânú
Vem Toinho e vem Miau
E os caras da CASAL
Com um peba e um tatu
Vem também os da CEAL
E o filho de Lourival
Quer caldo de Sururu
Osman Agra e Abilio
Vem Ziburga com o filho
Com uma trança de hindu
Wilson de Maria Valério
Não perde enterro vem sério
Vem fedendo a cemitério
Gagueja e pede Pitu
Cui ui ui e “Alegria”
E Calhambeque assobia
Parece cum tui-ui-ú
Vai chegando Banda mel
Vem rimando um cordel
Os beiços já tá azul
Vem o Chico e o Vavá
E um véio do Gravatá
Que é um rato gabiru
Trupizupi de Gracita
Vem co um metro de fita
Barriga de baiacu
Vem trazendo uma gia
Parece a cega Maria
O cabelo só tem Xampú
Entrando vem Nego Désio
Seguido de seu Genésio
Entram sério pra Xuxu
João Paraibano e Donizete
Vem Roberto de Nanete
Chegaram com um Teiú
Zé Almeida e Ranio Costa
Cícero Domingos aposta
Que sai briga dele e Tu
Zé Almeida e o Batista
Entra fazendo uma lista
De violeiro repentista
Que deve lá no Quandú
Chega o Ciço Lopreu
Entra no bar afobado
Mario diz não tem fiado
Vem cum a vara de bambu
Vem Jário da Maringá
Dalmo da junta militar
Quer um prato de preá
Pula mais que Canguru
Jário de Dona Isabel
Dum peixe pôcou o fel
Parece com um Pacú
Vem Marcelo e o Dinho
Num completo desalinho
Vem Naldo e Paulo Mandú
Marcílio e Paulo ventão
Chegou o Sérgio Sabão
Dançando Maracatu
Abílio chegou de Bota
Com o Maurício de Dota
Vem Mano de Aracaju
Vem Colimério e Cocada
Pelé, Uila e Bofada
Barriguinha de Balú
Vem o Val e Zé Firmino
E um peste dum menino
Pedindo um Babalu
Sergio Biu e um fiscal
E o Jorge Oficial
Querem água mineral
E um taco de Bolo (Cru)
Bibi,Cuica e Tião
Remi Bastos e o João
O Rubinho e o Rubão
Fazendo maior Rebú
Chega Neguinho e Pequeno
De sede já vem sereno
Quer cerveja Caracu
Cabo Edilson e Dijelson
Atrasado vem Zeneto
Mas vem trazendo “o bizú”
Chega Junior Teodosio
O homem de mil negócios
Já viajou pro Peru
O Brito e doutor Ivan
Quer Palhinha de Hortelã
Só pra quebrar o tabu
Seu Marinheiro e Seu Darras
Juca Alfaiate na farra
Jonas Pacífico e Pepé
Afrânio chamou Moab
Vieram lá da Cohab
Da Guanabara Mané
João Pacífico e Joninhas
Tá completa a panelinha
Da Rádio falta Pelé
Usando um suspensório
Chega Genival Tenório
Pede um gole de café
Tinha ali uma empregada
Êita nêga enjoada
Num sabia fazer nada
Veio lá do Curuzu
E uma filha pra ajudar
Ô peste pra atrapalhar
O Mário a se enfezar
Vermelho que só pitu
No Bar é concentração
Do Bloco “Intimidade”
Conhecido na cidade
E também em Traipu
Muitos dos componentes
Já foi citado na frente
Faltou Nestor e Eu
O autor da poesia
O “paciência” Fabão
Inda vai em Santo Antão
Lá na fábrica da Pitú
E agora pra terminar
Convido você passe lá
No velho Bar da Pitu
E pra Mário não achar mal
É até muito legal
Seja educado “ manú”...
Chame BAR COMERCIAL!

ESSA É NOSSA HOMENAGEM PELOS 50 ANOS DO BAR DO NOSSO AMIGO MÁRIO PACÍFICO COMPLETA NESTE MÊS DE MAIO DE 2010!
Fabio Campos 28/04/2010 É professor do Estado e do Município
Contato: fabiosoacam@yahoo.com

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