AQUI NO SERTÃO, JESUS! SÓ VAI NA PEIXEIRA!

Fábio Campos

Por mais de uma ocasião em minha vida, fiz o papel de Pilatos, algumas vezes encenação, noutras, literalmente. Quando Secretário Municipal de Agricultura, em Senador Rui Palmeira - AL (1998-2004), formamos, junto a comunidade católica, e a juventude, um grupo que encenava a “Paixão de Cristo”. Em plena sexta-feira Santa íamos pelas principais artérias da cidade. Francisco Soares fazia a locução, e o saudoso Adeilson Dantas, filmava e produzia. A peça culminava com o ato da Crucificação, na periferia. E eu lá, no papel daquele que lavara as mãos diante do tribunal, a qual submeteu Jesus Cristo a julgamento.

Está no evangelho de S. Lucas cap. 18,45;19,42:
“Pilatos saiu outra vez e disse-lhes: -Eis que vo-lo trago fora, para que saibais que não acho nele nenhum motivo de acusação.
Apareceu então Jesus, trazendo a coroa de espinho e o manto de púrpura.(...) Quando os pontífices e os guardas o viram, gritaram:
-Crucifica-o! Crucifica-o!
Falou-lhes Pilatos:
-Tomai-o vós e crucificai-o, pois não acho nele culpa alguma.”

Mas, e aí, Pilatos cometeu contra Cristo, crime doloso ou culposo? “No crime doloso a pessoa efetua o ato com intenção de causar algum dano a outro indivíduo(...) dolo significa má fé, ação praticada com a intenção de violar o direito alheio. Já o crime culposo, o agente do ato não teve a intenção de praticar o mal, o crime, mas mesmo assim obteve o resultado. A pena para um crime culposo é bem menor do que a de um crime doloso(...) (Fonte: Guiasdicasgratis.com).

Passamos a contar uma história (verídica) de uma encenação da Paixão de Cristo, ocorrida em plena sexta-feira Santa, num circo, na periferia de Arapiraca.(Fonte: João do Mato via E-mail)

“O elenco foi escolhido dentre os moradores locais. No papel principal, de Jesus Cristo, colocaram o cara mais “gato” do pedaço. Houveram vários ensaios, e às vésperas do evento, o dono do circo descobriu que “Jesus” estava de caso com sua mulher. Furioso, o corno deu-se conta que não podia fazer escândalo, pois corria o risco de perder todo o trabalho de montar a peça. Pensou, pensou...E teve uma ideia.
No dia da encenação anunciou que iria participar, no papel de um dos centuriões que açoitavam Jesus. Mesmo diante dos protestos do elenco, não se intimidou, e argumentou que nem precisara ensaiar, afinal o centurião que ia fazer, não falava nada! E eis que chegou o dia: Jesus carregando a cruz. O centurião começou a dar-lhe chicotadas, só que de verdade! Jesus reclamou, em voz baixa. O centurião contra argumentou:

-É pra dar mais veracidade a cena!

E toma chicotada. Lept! Lept! O chicote comendo solto no lombo do infeliz. Até que “Jesus” que já reclamara bastante, enfureceu-se de vez. Largou a cruz no chão! Puxou uma faca peixeira e partiu pra cima do centurião:

-Vem desgraçado! Vem que eu vou te ensinar a não bater num homem indefeso!

Resultado: O centurião correndo, “Jesus” correndo atrás com uma peixeira, e a platéia em delírio, gritava:

-Fura ele “Jesus” aqui é Alagoas não é Jerusalém!”


Fabio Campos 30.03.2013 No Blog fabiosoarescampos.blospot.com o Conto: “PÁSCOA!”

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