ANTENADO, PERDIDO, DESLIGADO OU INCRÉDULO?

Fábio Campos

Encontrei a matéria, na revista “Ciência Hoje” (edição 385/Março de 2022) com o título “Quatro Brasis frente às Mudanças Climáticas”. Animei-me a escrever esta crônica. No entanto arrastei-me por todo o mês de maio, e tão somente no último dia, resolver por a termo. Na fria madrugada do último dia do mês, dedicado a nossa mãe Maria Santíssima.
O artigo de seis páginas, assinado pela socióloga Marina Tomás, do Departamento de Sociologia da Universidade Federal de Minas Gerias, o qual ela inicia assim: “É consenso entre os cientistas de que as mudanças climáticas são reais, resultam da ação humana e, cada vez mais, causarão danos à sociedade por meio de eventos climáticos extremos, alterações em ecossistemas, extinção de espécies e surgimento de novas doenças. Mesmo diante dessa unanimidade, há uma preocupação em saber como as pessoas fora da comunidade científica encaram esse fenômeno e quais as consequências das inúmeras campanhas de desinformação sobre o tema. Afinal, como é a percepção das mudanças climáticas no Brasil? As pessoas se preocupam com o aumento da temperatura do planeta? Qual parte da população nega a realidade do fenômeno? Como podemos informar mais e melhor sobre o tema?”

Após essa introdução Marina vai apresentar, no seu estudo, quatro tipos de personalidades dentre nós brasileiros para o tema mudanças climáticas: OS INCRÉDULOS “Não confio e não quero saber” Segundo ela, é o tipo que mais se aproxima dos negacionistas. São pessoas que não acreditam que as mudanças climáticas são reais. OS DESLIGADOS: “É comigo?” Esse grupo seria formado por pessoas que até acreditam que as mudanças climáticas estão em curso e são reais. Por outro lado acham que a crise climática não vai causar impactos na sua família ou mesmo nas gerações futuras. OS PERDIDOS “Me explica melhor?” Esse grupo acredita que as mudanças climáticas vão sim afetar suas famílias e as gerações futuras, e que essas transformações são reais e importantes. Mas o grupo ainda tem dúvidas sobre o tema. OS ANTENADOS: “Me ajuda a fazer alguma coisa” Este grupo são daqueles que estão muito preocupados com as mudanças climáticas e com o meio ambiente. Acreditam que o tema é importante e principalmente se colocam prontas a ajudar, são as que encabeçam grupos de voluntários, ativistas, integrantes de ONGs etc.

Não sei de onde tirei a ideia, que eu poderia trazer esse tipo de olhar, para o campo da linguística nos dias atuais relacionando-a com a globalização e a cibernética. Vamos lá. Há um ditado popular que diz: “De médico e louco todos temos um pouco.” Alguns pendem mais para médico, outros para louco, faz parte. No campo da Linguagem quem seriam os INCRÉDULOS: Àqueles que não acreditam que o domínio do idioma seria capaz de modificar a percepção de mundo de uma pessoa. Ou que o fato de alguém conhecer mais de um idioma seja capaz de ampliar a capacidade cognitiva daquele ser. A ponto de ele(a) enxergar melhor até outros campos do conhecimento, como a matemática por exemplo. OS DESLIGADOS Seria o grupo dos que não estão nem aí para o domínio de seu próprio idioma. Acham até que tanto faz como tanto fez. Se falássemos Francês ou Holandês não mudaria nada. OS PERDIDOS: Assim como os desligados, para estes, a língua universal é o dinheiro, para esses o que importa é ter. OS ANTENADOS: Estes estão sempre se inteirando das novidades no campo linguístico, do linguajar técnico, aos dialetos e sotaques, nos diversos espaços sociais, sobre os avanços e recuos da língua nas redes sociais, e sempre que são oportunizados dão opinião.

O NEGACIONISMO Bem ali, no meio do texto da socióloga é citado o termo “negacionistas”. Mas o que seria o Negacionismo?
Vou citar o primeiro texto que encontrei. Sabemos, o tema é vasto e há muita gente boa falando sobre. Porém no site 12.com alguém disse:
Negacionismo: uma tendência, um comportamento social no qual um grupo de indivíduos, de sem delimitação de espaço no mundo, busca romper com a realidade, negando a existência de determinados fatos atuais, buscam um verdade inexistente. Uma espécie de“fuga mundi”, uma tentativa de se “proteger” da própria realidade em que se vive, deixando-se se guiar por extremismos culturais, religiosos, políticos, se esquivando de viver o hoje, o presente, o agora.

UM POUCO DE [PÉSSIMO] HUMOR PARA ENCERRAR

DOIS COMPADRES SE ENCONTRANDO:
-Olá! Compadre vem da onde?
-Do hospital. Fui visitar meu sobrinho. Ele não fala, nem anda.
-Oxe! Sofreu um acidente?
-Não. Ele nasceu ontem.

DOIS MOLEQUES FAZENDO PROVA:
-Êi! Como é o nome do ar que a gente respira?
-Vento.

PIXACHAÇÃO NO MURO:
“NA MINHA RUA O SINAL DE INTERNET É RUIM. JÁ A FOFOCA É 4G!”

FABIO CAMPOS, 31 de Maio de 2022.

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