ALÉM DA CURVA

Fábio Campos

Já disse em outras ocasiões que ando sempre munido de papel e caneta no bolso. O motivo é simples: durante a jornada diária vão-me surgindo oportunidades de colher material e temas pra compor uma crônica. Pra não correr o risco de cair no esquecimento à necessidade de anotar. Quantas composições: poesias, músicas, contos e até romances, de escritores, poetas e compositores famosos, não nasceram em mesa de bar, dentro do coletivo, na rua? Anotados num frágil pedaço de guardanapo.

Alguns dias atrás conversando com um amigo, comentávamos a respeito de outro colega, a que não víamos a algum tempo. Em meio a várias histórias engraçadas, relembradas, ocorridas entre nós, o amigo comentou: “Fulano é além da curva!”. Na hora saquei caneta e papel e anotei. Ali estava o primeiro subsídio pra minha próxima crônica. Ei-la.
No momento em que ouvi o comentário, a mente divagou a buscar significado para o que seria ser: “além da curva”? O primeiro pensamento, foi algo surreal, pensei numa corrida de fórmula um em que os carros em alta velocidade na curva ultrapassam a pista e vão pros acostamentos enxadrezados. Levando isso pro campo da personalidade humana, traduziremos que essas são pessoas que vão, na área inter-relacional, surpreendem por agir de forma inusitada para algumas situações. E me perguntei se o Google.com.br não teria uma definição específica para este tipo de comportamento. Tinha.

“FORA DA CURVA: Aquele que, em razão de uma característica especial, se destingue das demais, dentro de uma mesma categoria. A origem do termo é a curva de Gauss (Johann Carl Friedrich Gauss – 1777-1855) matemático alemão, que criou uma fórmula representada por uma figura geométrica em forma de sino para cálculos estatísticos. Assim, aqueles que estão dentro da figura constituem a maioria (os medianos) e os que estão “fora da curva” são os que se destacam. Os americanos usam o termo “ahead of the curve”. Fonte:
dicionarioinformal.com.br”

Outro termo tão comumente usado por nós é: “Fazer ouvido de mercador”. Faço uso a tanto tempo e nunca me ative para descobrir a origem. Eis que chegou a oportunidade.
“A expressão registrada no dicionário Prático de Locuções e Expressões Correntes, de Emanuel de Moura Correia e Persília de Melim Teixeira, significa fingir que não ouve; fazer-se desentendido; não querer ouvir; não prestar atenção. No sentido de àquele que vende (mercador) não querer ouvir os valores que lhe propõem os eventuais compradores que pechincham. Fonte: ciberduvidadalinguaportuguesa.com.br”

No Facebook encontrei uma lista de seis palavras para as quais não existe tradução em outros idiomas: “SAUDADE; CAFUNÉ; GAMBIARRA; CHULÉ; MALANDRAGEM; XODÓ.” Fonte: portal6.com.br”

Pode até ser que tais termos não tenham vocábulos correspondentes em outros idiomas. Porém sabemos que cada um deles possui uma origem, uma raiz, ou seja nasceram de um radical que pode ser: do Latim; do grego ou da fusão de outros idiomas: anglo-saxônico por exemplo. Gambiarra; Chulé, Cafuné e Xodó podem ter origem africana. Malandragem e saudade da miscigenação das línguas portuguesa e do nosso genuíno Tupi guarani.

Já li em algum lugar que não vão mais 20 anos e teremos uma língua genuinamente brasileira. Considerando que atualmente já existe na América o Inglês americano, diferente do inglês britânico. Temos nós também o Português falado em Portugal, e o Português brasileiro.

UM POUCO DE HUMOR PRA ENCERRAR
A MOÇA NUMA ENTREVISTA DE EMPREGO:
-Qual sua profissão?
-Sou Atriz...
-Que legal!
-Sou a tristeza lá de casa.
-O que você faz o dia inteiro?
-Eu? Vendo...
-A é vendedora?
-Não. Eu fico VENDO TEVÊ o dia todo.
-Você uma pessoa responsável?
-Sou... Sou responsável por tudo de ruim que acontece lá em casa!
JOÃOZINHO NA AULA
-O que você mais gosta de fazer na escola?
-Falta!
Qual o melhor horário na escola?
-A hora de ir pra casa!
-Qual a parte mais antiga do carro?
-O Vô lante!
-Por que as rodas do trem são de ferro?
-Porque se fosse de borracha apagariam os trilhos!

Fabio Campos, 27 de Agosto de 2024.

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