Biblioteca é patrimônio cultural, relíquia e repositório do pensamento universal, em livros. É casa do saber, da literatura. É tesouro no mundo literário, da ciência, da arte.
Sobre o termo biblioteca, disse mestre Aurélio em seu dicionário: “Coleção pública ou privada de livros e documentos congêneres, organizada para estudo, leitura e consulta.”
Em meados de setembro passado, encontrei-me com os confrades José Malta Fontes Neto e Sílvio Nascimento Melo no recinto da Biblioteca Pública Estadual Graciliano Ramos, em Maceió, onde fomos bem-recebidos pela jovem Almiraci Dantas, simpática coordenadora da Biblioteca. O confrade Malta entregou-lhe um exemplar do seu livro Eu Literato Vol. I e exemplares de outros livros, de autores diferentes. Também deixei na Biblioteca um exemplar do meu livro Chuva, Relâmpago, Trovão, recentemente publicado.
O confrade Malta, à saída da Biblioteca, disse-me: “Não esqueça de registrar em crônica este encontro, esta nossa visita à Biblioteca Pública Estadual Graciliano Ramos.”
Logo pensei: vale uma crônica.
No meu tempo de ginasiano, cursando a terceira série em 1956, visitei a Biblioteca Pública Municipal Breno Accioly, idealizada pelo prefeito coronel Lucena Maranhão (mandato 1948-1950), criada oficialmente pelo prefeito Adeildo Nepomuceno Marques (mandato 1951-1955) e somente instalada pelo prefeito Dr. Hélio Cabral de Vasconcelos (mandato 1956-1960) no piso superior do histórico sobrado no centro comercial de Santana do Ipanema. Referido prédio fora construído no início do século passado, obra do coronel Manoel Rodrigues da Rocha, avô do prefeito. O sobrado destinou-se, inicialmente, à residência oficial do coronel com sua ilustre família, enquanto concluída a construção do sobrado da praça da Matriz.
Aberta ao público, logo fui recebido por Nilza Marques, diligente bibliotecária, detentora de curso especial realizado no Rio de Janeiro. Pela primeira vez me vi numa biblioteca, rodeado de livros, para ler, para consultar, para aprender.
Durante o terceiro ano do meu curso ginasial em 1956, tinha em mão o livro didático de História Geral, de autoria do professor/historiador Antônio José Borges Hermida (1917-1995), exemplar até hoje guardado com carinho em minha estante de livros, vez por outra utilizado em consulta, em pesquisa.
Nele, li e reli a história da Conquista do Império Persa por Alexandre (356-323 a.C.), soberano que chegara ao trono da Macedônia com apenas 22 anos de idade. Fundara a cidade de Alexandria no Egito, dotando-a da famosa Biblioteca de Alexandria, com mais de 400.000 volumes, incendiada, infelizmente, por ocasião da conquista árabe, perdendo-se preciosos livros gregos e romanos.
Pela sua importância, a Biblioteca de Alexandria foi considerada a primeira universidade do mundo, um legado histórico. Seu modelo foi seguido até os dias de hoje. Em 2002, com o patrocínio da Unesco, foi inaugurada uma Nova Biblioteca de Alexandria, em prédio suntuoso, construção que durou sete anos para ser concluída.
Por duas vezes, tratei do tema biblioteca em dois livros de crônicas publicados: Chuva no Telhado (2007) e Águas que se foram (2011).
Maceió, outubro de 2024.
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