ACÁCIA AMARELA, DESTINO E VIDA

Djalma Carvalho

Djalma de Melo Carvalho
Membro efetivo da Academia Santanense de Letras, Ciências e Artes.

Acabo de receber pelo Correio um exemplar de Sob a Copa da Acácia Amarela, livro de autoria do empresário Bartolomeu Barros, lançado recentemente em festiva noite de autógrafos, em Santana do Ipanema.
No exemplar, gentilmente remetido pelo autor e por ele autografado, há o nome deste cronista entre os contemplados com os formais agradecimentos das primeiras páginas do livro, razão, aqui, da expressão maior dos meus sinceros agradecimentos ao novo escritor de minha terra.
O autor traça perfis e reverencia a memória de filhos ilustres de Santana do Ipanema e a de outras personalidades, que não sendo santanenses deixaram a marca do seu trabalho e de sua dedicação às causas e ao progresso da cidade. Nessa galeria de valores do passado, observa-se, por exemplo, o nome de Alberto Agra, Miguel Bulhões, Dr. Edgar Santos Torres, Padre Bulhões, Padre Cirilo, Dr. Arsênio Moreira, José Malta, Moreninho, entre outros.
Também há no livro o desfilar de histórias curtas da vida de figuras populares da cidade, ou do campo, todas elas conhecidas do autor. Como comerciante antigo e conhecedor dos problemas que afligem a cidade e a região sertaneja, notadamente os que dizem respeito às secas periódicas e bem assim aos que ainda dependem de políticas públicas, Bartolomeu Barros não deixou de registrar no livro os pertinentes e oportunos comentários.
Nascido em Garanhuns e tendo passado sua infância e início de sua adolescência em Águas Belas, Pernambuco, Bartolomeu Barros chegou a Santana do Ipanema com a idade de 14 anos, pronto para o trabalho. Chegou para ficar. Tornou-se empresário bem-sucedido e empreendedor com larga lista de serviços prestados à comunidade santanense, ajudando, de muitas formas, a construir o progresso de Santana do Ipanema.
Agora, à beira dos seus 86 anos de idade, bem vividos, Bartolomeu Barros descobre-se escritor e nos brinda com mais um livro, o segundo que publica.
Aproveitei o fim de semana que passou para ler o livro, tal meu interesse em chegar rapidamente à última página. Como obra originária de Santana do Ipanema, redobrou minha atenção à leitura de cada história contada, de cada causo, tentando reconhecer seus personagens, certamente meus conterrâneos. Tarefa que não me pareceu difícil.
Bartolomeu escreveu histórias curtas bem a seu modo sertanejo de contar venturas, desventuras, dramas, infortúnios, fantasias, destino e vida.
Fácil não será ao iniciante escritor caminhar entre o real e o imaginário, ocultando nome de protagonistas, como ocorreu, com insucesso, em algumas das singelas histórias do livro. O jornalista e escritor alagoano J. F. da Costa Filho chamou, apropriadamente, essas histórias de “ficção verossímil”.
Dir-se-á, ademais, que destino é o resultado de fatos da vida do homem, cujas causas independem de sua vontade. Pode ser fatalidade ou acontecimento bom ou mau.
O filósofo e escritor francês Jean-Paul Sartre (1905-1980), sobre destino, disse: “Cada homem deve descobrir o seu próprio caminho.”
Com santas palavras, Dom Paulo Evaristo Arns assim definiu o sentido da vida: ”O que é preciso descobrir mesmo é o sentido da vida. E o sentido da vida é a própria vida.”
Como se vê, afinal, são palavras de eminentes filósofos, homens sábios, que ensinaram o rumo que se deve dar à vida. Diante, pois, do dilema vida e morte, escolha-se como alternativa a vida, sem remorso.
Parabéns ao amigo Bartolomeu Barros por mais um livro de sua lavra.

Maceió, maio de 2016.


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