Tenho observado, nos últimos dias, o comportamento dos companheiros que freqüentam a academia. Uns querem ganhar massa muscular, outros querem manter a estética corporal. Percebe-se aí, que ambos não medem esforços em terem um corpo definido. Será uma tendência da pós-modernidade?
O modismo é fogo! Hoje, para corresponder aos padrões estéticos é preciso ser magro, alto... mas se regressarmos na história, século XVI, veremos que ser gordo já foi regra estética. Lembre-se da famosa pintura de Leonardo Da Vinci, Monalisa. “Quem foi que disse, que tem que ser magra para ser formosa”?. A mídia, os amigos... Tudo ilusão, por que a beleza transcende o exterior.
Além da busca estética, observei outras coisas na academia. Pessoas lendo! Ora, isso me chamou atenção. Aproximei-me de um adolescente que está sempre com um livro na mão, na hora em que está na bicicleta. Tentei ver qual era o título do livro. Não consegui. A curiosidade aumentou.
No dia seguinte estou nos meus exercícios e chega o mesmo garoto. Não exitei. E iniciei uma conversa. Minha curiosidade era saber o que ele estava lendo. Perguntei-lhe. E ele me mostrou o livro. Dom Casmurro, de Malhado de Assis. Minha observação continuou! Há pessoas de todo tipo na academia.
Há quem range os dentes, quem faz cara feia, por causa dos pesos que tem que levantar, quem conversa, “quem entra calado e sai mudo”. Há quem conversa de mais e esquece de fazer as baterias de exercícios, há quem atrapalha. Em meio a tudo isso, descobri que a academia é lugar dos contrastes.
Se há magros, também há gordos. Se há quem só pensa na estética, há também quem se preocupa com o conhecimento. Há dores, mas quando ver os resultados da malhação aparecerem, existe um certo prazer. Diante deste contraste o importante é não esquecer que ser magro ou gordo é contingente.
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