A política que liberta

Augusto Ferreira

De longe acompanho as movimentações políticas do sertão alagoano. O dia da eleição se aproxima. Candidatos ao executivo e ao legislativo tramam as estratégias de campanha. Figuras ilustres das roubalheiras deixam a cadeia. O que será que vem por aí?

As provinhas das últimas eleições, para testar o grau de analfabetismo dos candidatos, foram engraçadas. Teve candidato ao legislativo que não sabia escrever o próprio nome. Fico imaginando como seria um projeto elaborado por um cidadão desse.

Penso que o poder judiciário deveria ser mais rígido. Essas provinhas são palhaçadas. Até as crianças do ensino fundamental se saem melhor, se forem submetidas ao teste, do que os nossos desejosos representantes políticos.

Em minha cidade natal é comum meus colegas de infância concorrerem ao cargo de vereador. Eu estou na terceira faculdade e me sinto incapaz de concorrer a uma vaga ao legislativo. Esses meus colegas não terminaram nem o ensino médio e estão na política. Que pena!

A política se vulgarizou. Qualquer um pode se candidatar e há quem leve o pleito no peito. Compromisso social, luta pelos menos favorecidos não são as bandeiras dos políticos. O que dita a ordem é poder, dinheiro, prestígio.

Tudo isso passa. Político é aquele que faz história, que deixa suas marcas no município. Certamente um sujeito que não sabe escrever nem o nome, não será capaz de elaborar projetos consistentes que atendam as necessidades dos eleitores. O político analfabeto distribui dez, vinte, cinqüenta reais para os eleitores e ainda bate no peito: “eu sou o bom”. Que vergonha!

A política é um meio de transformação. Por isso antes de eleger prefeito e vereador é indispensável conhecer sua história e envolvimento na comunidade. Não vote nos ficha suja, nos interessados no salário. Prefeitos e vereadores são antes de tudo mediações de justiça e solidariedade. Que utopia!

Comentários