Existem pessoas que nascem predestinadas a grandes e valorosos empreendimentos, em todas as nuances da vida humana, sobressaindo-se bem em todas elas, visto o trabalho revelar sempre seus autores. No campo literário, destacam-se verdadeiros literatos e literatas, que dada a sua verve de fazer, escrevem as mais belas páginas literárias que encantam, mormente, quando enfeixadas em livros.
O nordeste tem sido celeiro de grandes poetas e prosadores, que tem deveras, assinalados, a história literária do Brasil, dentre tantos, registram-se Silvio Romero, Graciliano Ramos, Medeiros Netto, Bezerra e Silva, Valdemar de Sousa Lima, Divaldo Suruagy, Zé Condé, Dra. Elizete Lira, Rosinha Pereira do Carmo, Guiomar Alcides de Castro, Dr. Douglas Apratto, Cora Coralina, Dr. Tobias Medeiros, e por que não destacar Olegário Mariano Carneiro da Cunha? Ah!, sim, é deste que me ocupo doravante, simplesmente Olegário Mariano, que nasceu no Recife aos 24 de março de 1889 vindo a falecer aos 28 de novembro de 1958, sendo filho do casal José Carneiro da Cunha e Olegária da Costa Gama, pois, o poeta Olegário Mariano foi homem ilustre para seu tempo visto possuir uma inteligência privilegiada, tendo sido deputado, ministro, conferencista, embaixador do Brasil em Portugal além de outras atividades de real destaque, revelando sempre excelente qualidade de homem público, possuidor de grande vocação poética, foi eleito pela revista FOM-FOM, Príncipe dos poetas brasileiros em 1938, após à morte do titular Olavo Brás Martins dos Guimarães Bilac.
A contribuição literária do poeta escritor Olegário Mariano no Brasil é de suma importância, notadamente, para os amantes da literatura, porque o livro educa, instrui, forma e informa, além de propiciar conhecimento e sabedoria, levando Aistaine escrever: “a mente que se abre ao saber, nunca mais será a mesma”. Nos tempos escolares, os escritos de Olegário Mariano sempre me fascinaram pela harmonia em suas liras e a cadência em seus sonetos. Hoje, 50 anos depois possuo dois famosos livros desse imortal Últimas Cigarras com publicação de 1920, enquanto na internet o mesmo livro está de 1915, portanto analisando as duas datas, firmo-me na segunda, 1920, pois é a que consta no livro, estando pois a obra em apreço às portas de 100 anos de publicação, o outro livro que possuo do mesmo mestre, trata-se de Quando vem baixando o crepúsculo publicado em 1944, outra obra antológica. Todas obras em estado de boa conservação, constituindo-se numa homenagem as cigarras da família dos homópteros, que dado seu amor por esse inseto, foi cognominado, poeta das cigarras, e integrante da Academia Brasileira de Letras.
Últimas cigarras é uma coletânea de belos sonetos emergidos de uma inteligência arguta e imaginação fértil, levando Giacomo Leopardi (1798 – 1837) a escrever que “a imaginação é a primeira fonte da felicidade humana”. Em meio a tantos sonetos belos, cito apenas, esta estrofe de Olegário Mariano “surge de encanto, a música irrequieta/ de uma velha cigarra cantadeira/ que passou a cantar a vida inteira/ e morreu à mingua como poeta”. Muitos de seus poemas constituíram-se belas páginas musicais que embalaram corações, sua produção literária, dentre tantas publicações, citam-se Sonetos, Cidade Maravilhosa, Destino, Cantos da Minha Terra, Quando Vem Baixando o Crepúsculo, Toda uma Vida de Poesia, etc.
Infelizmente, caro leitor, este e tantos outros nomes, vivem hoje no ostracismo esquecidos nas velhas bibliotecas que guardam em seu silêncio as mais belas histórias escritas por aqueles que imortalizaram seu escritos, sabe-se entretanto, que, imortal é o que se escreve, e não o que escreve.
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