PRECATÓRIOS OU UTOPIA?

Antonio Machado

Antonio Machado
MTBAL.1543


A luta pela conquista dos ideais, tem sido uma constante no ser humano, essa busca tem sido palmilhada por àqueles que vislumbram e acredita que nem tudo está perdido, Tiradentes sentenciava: “se é belo ter um ideal, é sublime morrer por ele”. Muitos tem se lançado nessa busca incessante e se desiludem no meio do caminho, em vista das barreiras que se sobrepõe na estrada, tornando-se intransponíveis,e aquele que arrefece na caminhada, não é digno da vitoria. A vida é uma luta constante e nessa árdua jornada, muitas vezes, os espinhos se tornam mais agudos, e os ideais, tornam-se em utopias. Acertadamente, escreveu Jorge de Lima, príncipe dos poetas Alagoanos, que: “na vida encontramos de palmo em palmo um espinho, e de légua em légua uma flor”. E quantas vezes, os espinhos deixam marcas para o resto da vida, enquanto o perfume da flor é efêmero e passageiro, a luta aguerrida cansa o corpo e arrefece o ideal. Foram anos seguidos de trabalho, invernosos enfrentados pelos semeadores da educação em Alagoas , os anos vergaram o corpo e cansaram a mente camuflando os ideais que no passado povoaram e perfumaram a existência, orvalhando-a com mimo da esperança, porque acreditaram que um dia receberiam os “benditos precatórios”, que consistem numa economia forçada e hoje perdida e esquecida. Quantos professores hoje em estados terminais, portadores de ca, e sequer recebem seus direitos conquistados e amealhados ao longo de vida de trabalho e sacrifícios, outros morrem de mãos estendidas como último lampejo de olhar sem brilho, que tanto esperou em receber esse dinheiro para ver se minorava um pouco de seus sofrimentos, ou mesmo comprasse uma casa e deixar para seus descendentes, porém tudo isto foi em vão, pois nada disso sensibiliza o senhor governador do estado, a quem caba a fatia maior da responsabilidade, embora ele se safe, dizendo que não é de competência de sua alcançada, mas ele tem pretensões políticas mais altas... a classe dos magistério é grande, e certamente saberá retribuir os favores recebidos, e saberá ser prudente como a serpente.
Os anos passam, as ideias mudam, porém a sensibilidade no ser humano vai se purificando ao longo do tempo, que aliado as coisas boas que marcaram a existência levará o ser humano a ser grato com quem sempre lhe foi grato. Ensinar os outros a ler, adquirir conhecimentos através dos livros e por meio das aulas dos professores, que na maioria das vezes , deixam tudo em detrimento de uma profissão tão sublime quanto bela, de ser mestre, levando a grande pedagoga chilena, Gabriela Mistral exclamar: “Senhor, perdoa-me se pelo mundo recebe o nome de mestra, vós que também foste mestre”. E é esse mestre, esse professor abnegado sofrido, escorraçado que briga por seus direitos e ver vilipendiados por quem poderia resolver essa situação em tela que se arrasta ao longo dos anos, e cresceu como uma bola de neve, constituindo-se hoje uma conta impagável, porque não foi honrada em tempo hábil, hoje passando a ser uma utopia. Qual o professor que ainda crer que receberá esse dinheiro dos precatórios? Nenhum, o silencio é a tônica maior e a resposta mais correta. Nada sensibiliza os poderes que podem fazer alguma coisa, ninguém diz nada, porque não tem nada para dizer, movimentos prol precatórios silenciaram os empresários, que dizem ter a resposta, sumiram do páreo, o governador faz ouvido de mercador, de nada adiantou se crer que se receberia, alardeou-se que dessa vez o impasse seria resolvido, o Sinteal convocou os precatoristas, todos montaram seus processos, e aguardam até hoje uma resposta pelo menos que tivesse um fio de esperança, porém o silencio é a resposta, e esses precatórios não passam de uma utopia para os professores. Com a palavra, o Sinteal.

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