OUTUBRO, O MÊS DOS IDOSOS
Antonio Machado
Dentre os ciclos da vida humana, a velhice é o mais temido, dizem os estudiosos que: para quem sabe envelhecer a velhice não existe, mas finalmente, o que é velhice? A perda dos nervos, a falência múltipla das vitalidades da vida que dão a sustentação ao organismo, isto é velhice também, o corpo começa a vergar para frente, como a apontar de onde veio, pó, tu és pó,e em pó te tornarás,mostram os princípios bíblicos, constituindo-se no último ciclo da existência humana. Os estudiosos, os geriatras tentam postergar a vida humana na face da terra por vários métodos e meios, porém o que muito fazem, é que se tenha um final mais ameno, menos doloroso, sem negar grandes avanços nesse campo, mas ainda são limitados. Um grande problema no idoso, ainda é o desprezo tanto da família, quanto dos poderes públicos, haja vista os locais de amparo a essa elasse, serem muito restritos, basta que se vejam as estatísticas que se apresentam que em 1950, os idosos somavam pouco mais e 5% da população, em 1991 saltaram para 11 milhões, enquanto a estatística de 2009 assinala 21 milhões na escala da terceira idade, são crescimentos surpreendentes. E como o país vem se preparando para enfrentar essa avalanche de idosos? É um questionamento que requer estudos acurados, meticulosos, para que o Brasil não venha a ter que enfrentar problemas mais agudos com seus idosos. Referindo-se a velhice, o Marquês de Maricá (1773-1848), escreveu: “cada uma das idades a vida humana tem suas paixões, inclinações e prazeres peculiares...”. Sabe-se que a velhice é o inverno da existência humana, mas se envelhecer com dignidade é belo e bonito, o poeta escreveu: “que bom se chegar aos oitenta, sabendo da vida bem mais”, é uma fase da experiência vivida ao longo dos anos, uma velhice sem promiscuidade, sem abandono da família.Dizem que as artes, o lazer, esporte ajudam ao rejuvenescimento, porém não existe ainda uma política federal direcionada para a terceira idade, mais uma vez os números apontam que só existem cerca de 3.600 entidades de repouso e asilos, e apenas 218 públicos, sei, contudo, que, só existem idosos abandonados, porque existem adultos abandonando, isto é inegável. Urge que se faça, entretanto, que se promovam mais movimentos de conscientização no campo ao amparo do idoso, com salário mais digno, saúde de qualidade, inserção do idoso na sociedade. Já existem sim, mas é muito pouco para a carência existente no país. Ora, no Brasil aos quarenta anos já se é velho para conseguir um trabalho, haja vista os trabalhos estarem direcionados para os jovens que vão produzir bem mais. Lilinha Fernandes escreveu: “que levas tu na mochila?/ diz o corcunda o peralta/ e o corcunda, a alma tranqüila,/ é a educação que te falta”, portanto, neste mês de outubro que se comemora o dia do idoso, novas políticas sejam implantadas e implementadas e as já existentes, redimensionadas em prol da classe dos idosos, porque o idoso de hoje, foi o jovem de ontem.
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