INVERNO FRUSTROU SERTANEJO

Antonio Machado

Antonio Machado

Os geógrafos e estudiosos da área sertaneja, afora os “sertólogos”, os sertanejos que fazem de suas experiências os seus estudos acadêmicos, consideram que o ciclo do inverno terminou, e sem deixar a safra tão almejada, visto ser dela que ele tira a subsistência para a sua família e prover suas necessidades. Mesmo com o término do inverno, a terra está seca e os reservatórios sem água, em meio a todo período invernoso, os carros pipas, sequer pararam de transportar água para atender as regiões secas de toda área sertaneja. O inverno foi deveras frustrante, notadamente para àqueles que lavram a terra e tiram dela seu sustento, sabe-se entretanto, que a sequência desses anos secos faliu a agricultura, os incentivos agrários para inverno sem chuva, não existem, e isto mais se acentua com a recessão sem precedência na história do Brasil, gerado por esse desgoverno que perdeu as rédeas do poder, somente conversa falaciosa, tentando se manter no poder a qualquer custo, junta-se tudo, e o sertanejo, a exemplo do restante do pais, amarga uma situação caótica.
Caso nunca visto no sertão, chegar-se ao fim do inverno e não existir uma espiga de milho nas feiras, fruto do inverno, o pouco que existe são das irrigações, porque as chuvas, como já escrevi em outros artigos anteriores, foram insuficientes para criar uma lavoura sequer de subsistência, deixando os agricultores deveras frustrados, com um safra que vem gerando problemas e se arrastando desde 2.012, já perfazendo quatro anos com invernos sem chuva, aniquilando a agricultura. As feiras livres que se realizam no sertão, onde se comercializava de tudo no grosso e varejo, gerando um comércio flutuante e uma boa renda, estão sem vender nada e o comércio sofre as mesmas consequências, face a escassez do dinheiro, visto a situação reinante no pais, e o desemprego campeando alto, gerando transtornos as famílias, quando se sabe que o homem do campo tem seu suporte econômico na agricultura, e quando esta falha gera grandes prejuízos em todos os aspectos, modificando os rumos de sua vida. Os fazendeiros estão enfrentando grandes dificuldades com seus rebanhos, haja vista um inverno frustrado, que sem chuva o milho e o sorgo, que dependem da chuva para se desenvolverem, não cresceram o suficiente para serem triturados, transformando-se em ração para o gado, quando em anos passados eram os silos que substituíram o suporte alimentar dos rebanhos sertanejos, que era a palma forrageira, que com o enfraquecimento do solo e dos invernos escassos, a palma tem diminuído causando grandes transtornos para os fazendeiros e pequenos produtores.
É necessário entretanto, que medidas de urgência sejam tomadas em prol da agricultura, a reativação da EMATER. foi deveras valiosa, todavia sem chuva, sua atuação, torna-se inviável, porque seu trabalho depende da chuva, e se esta falha, nos anos secos, fica difícil seu desempenho. Nos anos chuvosos a agricultura se constituiu no grande suporte auxiliar na região, mormente a sertaneja, que teve no passado a atuação decisiva desse órgão.

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