A fauna e a flora sertaneja têm sofrido muito com a ação depredadora do próprio homem, além das secas implacáveis enganchadas uma na outra. O homem além de devastar as árvores, ainda queima até a semente, e sem a flora, a fauna não existem, estes fatos vem se arrastando ao longo dos anos muitos animais, aves e plantas já estão extintas. O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente – IBAMA, sempre existiu em Maceió, bem distante do sertão. Não resolve somente tomar a carrada de lenha do carreiro, e multá-lo nem tomar o galo de campina do cidadão, e lhe aplicar uma multa, que sequer ele pode pagar. O que precisa é conscientizá-los, como aconteceu recentemente no sitio Gameleiro, no município de Olho d’Água das Flores, onde vive uma comunidade Quilombola, quando os funcionários do IBAMA em conversa amigável com alguns membros da comunidade, conseguiram espontaneamente que entregassem algumas aves que mantinham aprisionadas em suas casas. Assim o IBAMA está saindo de seu caramujo, para desempenhar seu papel, indo até aos côncavos do sertão, não só levando os passarinhos prisioneiros por colecionadores, mas, sobretudo, conscientizando as comunidades o que é deveras mais importante, pois as aves com seus cantos maviosos deixam o sertão mais alegre. O poeta Benedito do Pedrão, escreveu está décima tão bonita quanto bela, que dada seu conteúdo, se adéqua aqui: “se fosse pra viver na prisão/ eu prendia o galo de campina/ mesmo sem ser ave de rapina,/ mas estraga nossa plantação/ preferia prender o gavião,/ que dizima toda pintarada/ estragando e levando para o ninho,/ mas como é que se prende um passarinho/ sem roubar, sem matar, sem fazer nada”. A ação do IBAMA é louvável, mas carece que seja uma ação continuada, e que incursione também, nas matas, sei que já existe esse trabalho, porém é necessário de se preservar a caatinga seu bioma, para sobrevivência do homem, e criando nos municípios comitês ativos com pessoas comprometidas com o sertão, e o que nele existe, preservando sua fauna e sua flora, e que esses comitês tenham acompanhamento periódico do próprio IBAMA. Ao que parece todo sertão vem recebendo a visita desse órgão, a principio o povo ficou mais cioso, entretanto com a conversa das pessoas do IBAMA, o povo começou a entender e compreender que aquele trabalho é por demais meritório, visto a preservação da fauna e da flora, elementos indispensáveis a vida das pessoas, na cidade onde resido, nem o papagaio do padre escaparam da ação do IBAMA. Em conversa com algumas pessoas que tiveram suas aves levadas pelos funcionários do IBAMA, senti que estavam tristes por perderem seus bichinhos de estimação, mas, aos poucos, estavam se conscientizando de não tê-los em casa, pois muito desconhece as doenças que as aves podem transmitir. Necessário se faz a presença de um ornitólogo para ajudar as pessoas na conscientização de que a ave é mais bonita solta do que prisioneira, como é que se prende um passarinho, sem matar, sem roubar, sem fazer nada?
Comentários