Antonio Machado
No Livro do Gênesis, onde o autor sacro discorre sobre a criação do mundo, ele situa que Deus, já criou no primeiro dia de trabalho, a água, como elemento indispensável à vida na terra, dada sua importância. Dizem os estudiosos no assunto que, se dividir o mundo em quatro partes, um terço corresponde à água, ficando somente um quarto de terra, e vão mais adiante, afirmando que a água existente no mundo está a mesma quantidade desde o começo, sem diminuir, nem alterar, cabendo, portanto, ao povo preservar, economizar e criar meios para que esse precioso liquido não venha a faltar. As secas bravias e tiranas, sequenciadas, que tem se abatido no nordeste, mormente nas Alagoas, que já possui uma precedência histórica de longas secas e estiagem, vem amargando ainda mais, quando as estruturas e reservatórios de água são mais que anacrônicos, os governos que se sucederam na história, preocuparam-se mais com estruturas de fachadas, sem dar o devido cuidada as já existentes carcomidas pela voragem do tempo, e o agravante maior, é que a população aumentou assustadoramente, e com ela o rebanho, e agora para piorar o quadro que já estava crítico, estão criando sangrias e desvios da água do ex-caudaloso Rio São Francisco, o êmulo de tudo, e se ele está secando suas matas ciliares estão sendo devastadas pelo próprio homem, os assoreamentos são visíveis em todo seu curso gerando a escassez de grandes variedades de peixes, indispensáveis a sobrevivência humana, enquanto seguem de vento em poupa os trabalhos de transposição de suas águas, quando o Rio São Francisco, o rio da Unidade Nacional, carece urgentemente é de revitalização, porque a transposição é deveras, sua morte anunciada, que já agoniza, cumprindo disposições e leis da famigerada Presidente Dilma, e enquanto isto, a água nossa de cada dia está começando a faltar nos lares, mormente dos sertanejos. Cerca de 36 municípios alagoanos, estão enfrentando graves e agudos problemas de falta de água, perfazendo mais de 415 mil habitantes, com apenas 266 carros pipas para atender esse contingente, afora os rebanhos das fazendas, que também estão amargando a mesma situação. Cidade como Olho d’Água das Flores, a situação é mais dramática, além de mandar água para mais de 20 municípios da região sertaneja, através da adutora de Pão de Açúcar, um dos reservatórios estourou provocando uma tragédia, porém sem deixar vitimas, a cidade que já vinha sem água a um mês, imagine o leitor, agora, a situação.Porém não é está a primeira vez que a região sofre estes descalabros, pois existe “uma tal peça”, na adutora Pão de Açúcar, que quando se quebra, leva-se um mês para ser reposta, e a citada peça vem do Recife, com apenas dois dias de viagem se resolveria tudo, mas a “bendita Casal”, leva um mês para resolver tudo, e enquanto isto, quem paga tudo é o sertanejo. Para se restaurar a caixa que estourou, foi rápido, á água aos lares voltou e a comunidade está acreditando que fatos dessa natureza não volte a se repetir. As coisas devem ser planejadas de baixo para cima e não o inverso, na burocracia dos tecnocratas. Os caminhões pipas, que geram a indústria da seca, cortam os municípios sertanejos, distribuindo precariamente a água, ao bel prazer de motoristas insolentes como donos da situação, carecendo que toda essa situação seja revista, propiciando ao sertanejo a água de boa qualidade para ele e sua família, como elemento indispensável à vida.
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