Caracteristicamente, a percepção é um processo que influi no comportamento do ser humano, no que diz respeito a sua melhor adaptação ao ambiente. Desta forma, surge a importância do desenvolvimento das áreas olfativas, que viabilizam a possibilidade de gerar emoções, após o processamento de diferentes aromas.
Em minha vida, de todas as coisas que vivenciei, as que mais me valeram a pena e das quais sinto mais falta, são aquelas que nunca pude tocar, apesar de permanecerem bem firmes em minha memória. São os episódios abstratos, que, mesmo estando ao alcance de minhas mãos, não fazem parte do mundo material: O amor, a saudade, a alegria...
Outro dia, tive oportunidade de trocar idéias com um amigo, que, vitimado pela COVID, teve sua capacidade de sentir o perfume das coisas reduzido, e nele pude constatar o efeito devastador de tal ocorrência, pois o mesmo perdera o ânimo de comer, correr e, até mesmo, trabalhar.
As memórias que incluem lembranças de odores, tem a tendência de ser mais intensas e emocionalmente mais fortes. Neste mister, a época dos festejos juninos se apresenta, para mim, como imbatível, incomparável.
O característico cheiro de fumaça no ar, advindo das inúmeras fogueiras espalhadas, até pelas ruas pavimentadas, me remete a um passado inesquecível, quando, ainda criança, brincava com pessoas queridas, muitas, que entre nós já não habitam.
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Literatura: OS INIGUALÁVEIS CHEIROS DO SÃO JOÃO
LiteraturaPor Alberto Rostand Lanverly - Presidente da Academia Alagoana de Letras 27/06/2021 - 17h 29min Arquivo do autor
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