ecorriam os anos 60 em Santana, as três diversões que os meninos maloqueiros do Monumento mais gostavam de praticar eram: jogar bola e ximbra, caçar e tomar banho no “Panema”.
Geralmente, as minhas caçadas se verificavam com peteca, pois, não tinha como adquirir uma espingarda. Naquela época, apenas dois amigos participavam assiduamente das nossas brincadeiras, Benedito Soares e Everaldo de Seu Oscar.
Certa vez Everaldo ganhou de seu pai uma linda espingarda soca tempero. Nós estávamos de mal, através da velha expressão muito comum entre os meninos daqueles dias: favor não falar mais em meu nome. Dois dias depois eu escutei o Everaldo dizer para o Carlos de Dona Nide (o Carlão), bem em frente da minha casa: Carlão vamos caçar? Da brecha da porta eu pude observar o amigo com uma espingarda e um bornal com a foto do Padre Cícero na frente, recheado de munições.
Sabendo que a caçada seria no cercado de Seu “Zé Ilía”, rapidamente peguei minha peteca e o bornal com algumas pedras e saí pelo quintal direto para o cercado de Seu Zé Ilía. Fiquei escondido em uma moita de catingueira, ainda matei uma rolinha. Everaldo acompanhado do Carlão exibia o seu traje: botas com coturno, uma faca de caçador à cintura, um boné e um binóculo atrelado ao pescoço, além da bela espingarda, parecia um Rei Persa.
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Literatura: A SOCA TEMPERO DE EVERALDO
LiteraturaPor Remi Bastos Silva 27/06/2021 - 12h 52min Imagem Ilustrativa
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