por Globoesporte.com
Alvinegro perde o jogo para o Santo André por 3 a 2, mas ganha o título no Pacaembu graças à vantagem adquirida na primeira fase
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Foi sofrido. Muito sofrido. O 18º título paulista do Santos saiu a fórceps neste domingo, no Pacaembu. O time que deu show durante todo o Estadual confirmou seu favoritismo e levantou o troféu após perder por 3 a 2 para o Santo André, com apenas oito jogadores em campo. Épico. O time de Robinho, Neymar e, principalmente, de Paulo Henrique Ganso, que foi um gigante na decisão e compensou, sozinho, a perda de Léo, Marquinhos e Brum, expulsos, chegou a cem gols no ano. Neymar fez os dois santistas. Nunes, Alê e Branquinho fizeram para o Ramalhão, que, bravamente, caiu de pé.
Um primeiro tempo eletrizante, nervoso, aberto e com muitos gols. O Santos entrou em campo para festejar, mas esqueceu-se que título só se comemora após o apito final. O Santo André, ligado, dividindo todas, consciente que disputava uma final, surpreendeu logo aos 30 segundos de jogo. Branquinho lançou Cicinho, na direita, às costas de Léo. O lateral do Ramalhão invadiu a área, driblou o goleiro Felipe e chutou cruzado. Antes de a bola entrar, Nunes empurrou para o gol.
O Peixe não se encolheu e foi para cima. Aos sete minutos, Marquinhos achou Robinho dentro da área. De letra, o Rei das Pedaladas largou Neymar livre na marca do pênalti. O garoto deixou três marcadores para trás e estufou a rede com um forte chute de direita.
O problema do Santos é que, se o ataque é insinuante, rápido e imprevisível, a defesa foi lenta e desatenta. O Ramalhão seguiu em cima, dividindo todas as bolas com muita força e vontade. Na frente, Bruno César, Branquinho e Rodriguinho, com movimentação constante, bagunçavam a defesa alvinegra. Aos 15, Branquinho livrou-se da marcação pelo meio e mandou a bomba. A bola explodiu na trave. Em seguida, aos 17, Carlinhos desceu pela esquerda e cruzou para Rodriguinho marcar de cabeça. No entanto, a auxiliar Maria Eliza Barbosa errou e marcou impedimento de Carlinhos, cuja posição era normal.
O Ramalhão seguia em cima e, as 19, fez o segundo. Após cobrança de escanteio pela direita, Alê apareceu na área. A zaga santista ficou olhando, e o volante completou de cabeça para o gol.
O jogo, além de corrido, era nervoso. Neymar buscava o drible, e os marcadores faziam falta. Aos 22 minutos, Alê fez falta dura no garoto santista, provocando uma grande confusão. Ganso tomou as dores do amigo e partiu para cima do volante. A confusão tornou-se generalizada. Léo e Nunes começaram uma ríspida discussão paralela perto da linha lateral e acabaram expulsos. Os andreenses reclamaram muito do comportamento de Neymar em campo.
Com os dois times jogando com dez jogadores, o Santos passou a controlar melhor a posse de bola. A defesa alvinegra já não tinha tanto trabalho para marcar apenas Rodriguinho à frente, e o Peixe, de pé em pé, chegou a seu segundo gol. Aliás, um golaço. Robinho ganhou a dividida na intermediária e passou para Ganso, que de calcanhar, encontrou Neymar entrando pela esquerda. O garoto, de canhota, teve tranquilidade para colocar a bola no canto direito, longe do alcance de Júlio César.
Quando o jogo estava sob controle do Peixe, Marquinhos fez uma tremenda besteira: acertou um carrinho por trás, desnecessário, em Branquinho e acabou expulso, deixando o time com nove jogadores. Aí, o jogo ficou a caráter para o rápido time do ABC paulista. Com o adversário escancarado, Bruno César acertou belo passe para Branquinho, que entrava pelas costas da defesa santista. O meia girou e bateu colocado, de direita, sem chances para Felipe, desempatando novamente o jogo. Faltava ainda um gol para o Ramalhão, já que a derrota por um tento de diferença ainda dava o título ao primeiro colocado da fase de classificação.
O Santos voltou mais bem posicionado para o segundo tempo. Dorival Júnior abriu Robinho pela direita e Neymar pela esquerda. Ganso jogava pelo meio. Arouca e Mancha marcavam pelo meio. Mesmo com um a menos, o Peixe conseguia ameaçar. Logo aos três minutos, num lindo passe diagonal, Ganso enxergou Robinho. O gol só não saiu porque o atacante chegou atrasado.
O Ramalhão, porém, continuava bem vivo no jogo. Sempre que Bruno César ou Branquinho pegavam na bola, o time do ABC criava jogadas perigosas. Aos cinco, Rodriguinho recebeu de Bruno, driblou Felipe e chutou para o gol. Arouca, que entrava por ali, salvou o Alvinegro Praiano.
Aos 17, Dorival tirou Robinho para colocar o atacante André. A missão do centroavante era correr atrás dos zagueiros para tentar dificultar as saídas de bola do Ramalhão. Com essa mudança, o Santos deixou de ser ameaçado momentaneamente. Ganso assumiu o comando do time e passou a prender a bola no meio. Neymar tentava partir para cima, mas caía à toda hora. Aos 32, foi substituído por Roberto Brum.
O Santos tinha o jogo sob controle. Mesmo com um a menos, marcava bem e não dava chances para o Santo André. Mas aí Brum caiu na mesma besteira de Marquinhos. Fez falta por trás em Pio e recebeu o vermelho. O Peixe tinha apenas oito jogadores em campo, e a partida se tornou dramática. Dorival Júnior, prontamente, mandou o zagueiro Bruno Aguiar para o campo. Ganso iria sair, mas foi firme. Virou-se para o banco e gritou:
A essa altura, o Ramalhão já tinha Rodriguinho, Rodrigão e Pio, todos praticamente dentro da área. O Peixe se segurava como podia. Aos 45, o momento de maior tensão para os torcedores santistas: Rodriguinho completou um cruzamento da esquerda, e a bola tocou na trave direita, com Felipe torcendo para ela não entrar.
Tensos, os torcedores santistas, de pé, exigia o fim do jogo no Pacaembu. Com o apito final, explosão de alegria começou aos 49 minutos.
Agora, a terceira geração dos Meninos da Vila confirma a sina santista: ser formador de meninos campeões.
Santos perde para o mas é o Campeão Paulista 2010
EsportesAdilson Barros, Julyana Travaglia e Carlos Augusto 02/05/2010 - 18h 00min www.globoesporte.com
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