Mulheres que adotam maus hábitos masculinos adoecem mais

Saúde

Theodomiro Jr. - ASCOM - Santa Casa de Maceió

Pesquisa confirma situação de risco em que vivem as mulheres;

Na medida em que ocupam mais espaço no mercado de trabalho, as mulheres parecem igualar-se aos homens na adoção de hábitos tipicamente masculinos: é cada vez maior o número de mulheres que adoecem por causa do fumo, da má alimentação, do estresse e do sedentarismo, que levam a patologias como diabetes, hipertensão, depressão, doenças cardiovasculares dentre outras.

O alerta é do diretor médico da Santa Casa de Maceió, Artur Gomes Neto, e foi dirigido às 1344 colaboradoras da instituição, parte delas reunidas no café da manhã oferecido esta semana no Centro de Estudos Professor Lourival de Melo Mota em comemoração ao 8 de março, Dia Internacional da Mulher.

?Vocês representam 74% dos colaboradores; já ocupam cargos de gerência na Santa Casa de Maceió e ainda são maioria entre os coordenadores e supervisores?, destacou o cirurgião torácico, lembrando a forte presença da médica Tereza Tenório (Gerência Assistencial) e da enfermeira Rejane Paixão (Gerência de Unidades Externas) no corpo de gerentes da instituição.

Para citar apenas um exemplo, Artur Gomes diz que até a 2ª Guerra Mundial eram raros os registros de câncer de pulmão em mulheres. Com o franco ingresso delas no mercado de trabalho, essa realidade mudou. ?Hoje, no Brasil, são quatro casos entre homens para cada um em mulher. Nos países mais desenvolvidos essa proporção chega a ser de um homem para cada mulher?, lamenta

Conforme detalhou o gerente de Gestão de Pessoas, Sílvio Melo, o café da manhã também foi promovido no Hospital Nossa Senhora da Guia com uma série de homenagens realizadas no pátio externo daquela unidade. A programação no centro estudos contou ainda com uma sessão de cinema, com direito a pipoca e um debate sobre o filme Simplesmente Martha com a psicóloga Jerzuí Mendes Tôrres Thomáz.

Pesquisa - Um levantamento realizado pela SuIAmérica Saúde sobre a saúde feminina confirma que as mulheres estão subindo na carreira, mas repetindo o mesmo erro dos homens ao não cuidar de si mesmas.

Os cardiologistas são os que mais se preocupam com esse quadro. Em 1995, de cada 10 infartos registrados no País, um era sofrido por uma mulher. Esse número mudou para um em cada quatro. Apesar de todas as campanhas contra o câncer de mama e do colo do útero, é do coração que as mulheres morrem mais: 50% da mortalidade se deve a problemas cardiovasculares.

Conforme frisa a endocrinologista Thaís de Alencar Mendonça, falta de tempo é a justificativa mais recorrente para se adiar as consultas de rotina, deixar de fazer exercícios e se alimentar melhor. Até mesmo os exames ginecológicos, que já haviam se incorporado à cultura feminina desde a adolescência, começam a ser feitos em períodos maiores.

Ainda segundo a pesquisa da SuIAmérica Saúde, 22,1% (num universo de mais de 17 mil mulheres, entre 19 e 49 anos) não fazem um acompanhamento ginecológico adequado e 6,2% têm a mesma atitude em relação à mamografia, o exame utilizado na detecção de câncer de mama.

A quantidade de mulheres que não fazem exames ginecológicos aumentou aproximadamente 7% e o índice das que não realizam mamografias aumentou 1,2%.


Retardar check-up pode prejudicar saúde, carreira e relações familiares


O consenso entre médicos e especialistas é que, se as mulheres não priorizarem uma brecha em suas agendas para si mesmas - para fazer exames preventivos e criar situações de lazer -, esse tempo será gasto obrigatoriamente mais tarde no tratamento de doenças graves - e o que é pior: comprometendo, de fato, sua carreira e relações familiares.

A prevenção ainda é a melhor solução, pois cerca de 80% das mulheres que procuram o médico com sintomas do câncer de colo de útero já possuem a doença em estágio avançado. Segundo o Instituto de Prevenção do Colo do Útero (lncolo), a cada 100 mil mulheres, 31 têm a doença no Brasil e apesar desse tipo de câncer ser a segunda causa de óbito na população feminina, é a única que pode ser eliminada por meio de tratamentos.

Já o câncer de mama, que pode ser detectado com a mamografia, é o segundo tipo de tumor mais frequente no mundo e o mais comum entre as mulheres. A cada ano, cerca de 22% dos casos novos de câncer em mulheres são de mama conforme dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca).

?Mesmo diagnosticado e tratado oportunamente, as taxas de mortalidade por câncer de mama, continuam elevadas no Brasil, pois a doença ainda é descoberta em estágios avançados?, explica o oncologista clínico Divaldo Alencar.


Sedentarismo é principal vilão

O levantamento realizado pela SuIAmérica Saúde mostra, ainda, que 26% das entrevistadas apresentam o Índice de Massa Corpórea (IMC) nos níveis do sobrepeso e 10,8% podem ser classificadas como obesas. Além de elevados, os dados de peso acima do ideal são crescentes: há quatro anos, o número de mulheres com sobrepeso era de 18,9% e as obesas representavam 8,2% do público feminino. Os quilos a mais podem ser resultados dos altos índices de sedentarismo entre as mulheres. Um reflexo da vida moderna.

Como consequência, aumenta também a quantidade de mulheres com taxas de colesterol inadequadas. De acordo com o estudo, 23,7% do público feminino têm níveis de colesterol limítrofes ou elevados, sendo que, em 2004, o índice era de apenas 14,4%. A evolução das doenças é alarmantes. ?Um estilo de vida sedentário pode desencadear problemas cardíacos, nas articulações e até dificuldades na hora de dormir?, comenta Thaís de Alencar.


Theodomiro Jr.
Jornalista | Assessoria de Comunicação
Tel.: (82) 2123.6211 / 9993-5540
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