ONDE MORAS?

Pe. José Neto de França

Um dia, ao ser apresentado a uma pessoa, depois das formalidades comum nessas apresentações entre amigos, ela me perguntou:

- Padre! Onde o senhor mora?

Rindo, num "bate-pronto", respondi:

- No meu corpo!

Percebi, em seu semblante, que ela imaginou que eu estivesse brincando. Tanto foi, que novamente disse:

Sério, Padre! Onde o senhor mora, mesmo?

No que voltei a afirmar:

O que já te disse! No meu corpo!

Logicamente que tive que explicar o porquê de minha resposta.

Enquanto temporal, possuímos muitas moradas. Todas provisórias, inclusive a mais importante delas, nosso próprio corpo.

Podemos mudar de morada inúmeras vezes durante nossa vida. Mas há uma delas que levamos para onde quer que possamos ir. É a que nos foi dada pelo nossos pais quando fomos fecundados por eles. É a que nos abriga dentro de outra morada “mor”, o planeta. É a que é mais exposta as intempéries da vida. É a mais agredida consciente ou inconscientemente pelo inquilino. Mesmo sendo a mais frágil de todas as moradas é a única que procura, ao ser atacada, se defender. É a única morada que “sabe se regenerar” diante das agressões de quem há habita, ou mesmo de alguns fatores externos...

Isso mesmo, nosso corpo é a nossa morada principal. Nossa felicidade ou infelicidade depende muito dele. Se ele adoece, adoecemos também...

Daí a necessidade de ser uma das moradas que deve ser mais protegida.

Como todas as outras, ela tem um tempo de validade. E também como todas, se não for bem administrada, pode “dispensar” seu inquilino, antes da hora.

Portanto, tenha juízo! Cuide de seu corpo – morada – com muito carinho. Respeite-o! Preserve-o! Não antecipe sua mudança, pois esta será definitiva...

Em relação a resposta que a pessoa queria ouvir, disse-lhe:

Geograficamente, moro em [...]

Comentários