Lendo um artigo do Pe. James Teixeira da Costa, da diocese de Brejo, publicado no site www.frontcatolico.com.br, no dia 12 de novembro de 2018, sob o título: “Por que 17 padres se suicidaram no Brasil entre 2017 e 2018?”, resumi tudo o que ele disse na frase do próprio artigo: “A vida religiosa não dá superpoderes aos padres, pelo contrário, eles são tão falíveis quanto qualquer leigo.”
De fato, o Padre não é um super-homem como muitos imaginam. Apesar de ser um escolhido por Deus para ser “Sacerdos in aeternum”, é um homem como os outros, com suas qualidades, defeitos, conceitos preconceitos... Em Mc 10,29-30, Jesus afirmou: “Em verdade vos digo, quem tiver deixado casa, irmãos, irmãs, mãe, pais, filhos, campos, por causa de mim e do Evangelho, receberá cem vezes mais agora, durante essa vida – casa, irmãos, irmãs, mãe, filhos, campos, com perseguições – e, no mundo futuro, a vida eterna.”
A questão é que muitos não os vê dessa forma. Acham que o Sacerdote não pode cometer erros, ou mesmo que esteja imune as intempéries do existir. Esquecem-se de que ele tem uma responsabilidade imensa em relação a parcela do povo de Deus, que lhe é confiado.
Se numa família humana comum já é tão complexa a administração, na família maior, a comunidade essa complexidade é bem mais ampla.
O Padre deve cuidar constantemente de sua saúde espiritual, corporal e mental... ele, como humano que é, tem seus momentos de fraqueza. Por isso mesmo deve tomar cuidado para não somatizar os problemas daqueles que o procura. Isso irá ajuda-lo muito a superar os momentos de fraqueza, dor, sofrimento. Deve buscar em Jesus Cristo, sobretudo eucarístico a força de que necessita para essas superações.
Justamente por ser humano e não divino como muitos pensam, o Padre não está livre de passar por algum momento depressivo. Isso não significa dizer que ele não tenha vocação. É uma prova de que ele é, de fato, humano.
Trabalhando o humano, certamente os fiéis e a Igreja, como instituição, só tem a ganhar. Isso não somente os Sacerdotes, como também os Bispos têm que entenderem. Priorizar a instituição, corre-se o risco de se tornar legalista, farisaico como no tempo de Jesus, onde a Lei superava o mandamento do amor.
Outro dia ouvi de alguém a afirmativa de que só quem entende o sacerdote é outro sacerdote. Com todo respeito, discordo. Quem quer que seja que esteja passando por um momento de crise, seja Sacerdote ou não, só vai ser entendido por outra pessoa que esteja disponível a ouvir e dialogar sadiamente, independentemente de ser ou não Sacerdote.
Assim como qualquer mortal, se o Padre se deixar ser arrastado pelos problemas, corre sim o risco de chegar ao ato extremo que é o suicídio.
Outro dia, lendo um comentário feito por um amigo, aqui mesmo no Facebook, referente a um ato extremo cometido por outro de nossos amigos, me impressionou a frase: "O suicídio é, às vezes, o último grito de quem passou chorando e ninguém percebeu... que sejamos ainda mais sensíveis a dor do outro.”
Por isso mesmo, rezemos pelos Sacerdotes... Como qualquer filho de Deus, eles também necessitam de orações.
Pense nisso!!!
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