Atualizando-me através da rede mundial, internet, já que na mesma há um universo de informações em tempo real ou não que, se bem filtradas, é um grande bem para muitos internautas, encontrei uma postagem sobre uma campanha intitulada “criança não namora” atribuída a sociedade de psicólogos juntamente com o Conselho tutelar. O texto curto, direto, facilmente compreensível diz:
“A Criança se relaciona com os amiguinhos e eles são simplesmente amigos. Amizade é o nome. Insistir em namoro na infância é adultizar as crianças, incentivar a erotização precoce. A indústria de brinquedos, roupas e cosméticos já investe tanto na adultização infantil! Não vamos fazer o mesmo. Não é engraçadinho incentivar beijinhos de namoro ou declarações de amor entre as crianças. É nosso papel separar o mundo adulto do mundo infantil. Misturar os dois mundos é cair no erro da erotização precoce. A infância precisa de proteção e não de adultos que afastam a criança daquilo que é próprio para a idade dela. Ajudem-nos a conscientizar os pais e responsáveis!”
Como sacerdote e diretor da Casa do Menor São Miguel Arcanjo, unidade de Santana do Ipanema/AL, instituição que trabalha com menor de risco, não poderia deixar de expressar minha opinião a respeito do problema em questão. Inclusive, falo não somente em relação a criança, mas também ao adolescente.
Despertar e incentivar a erotização ou adultização da criança e do adolescente é violentá-los no seu direito de viver naturalmente essas fases, que a meu ver são as mais importantes de sua vida.
De fato, criança deve comportar-se como criança, brincar como criança, viver como criança. Idem para o adolescente. Cabe aos pais, responsáveis, educadores, observar e respeitar esses direitos naturais inerentes às crianças e adolescentes, sob o risco de influenciarem, mudar erroneamente o rumo de muitas vidas, sacrificando-as, colaborando para que estas possam tomar um rumo totalmente adverso ao que naturalmente deveriam tomar.
Não se pode, jamais, antecipar comportamentos alheios a cada etapa da vida. Não se pode esquecer de que, em grande parte, o adulto de amanhã é o produto do que se vive no hoje da vida.
A personalidade, os gostos, o interesse natural e o respeito pela vida e pelo outro, a criatividade, a perseverança no que se busca, as tendências... são desenvolvidas mais fortemente nessas etapas. “Queimar” etapas, como afirmei, é violentar, desrespeitar a criança e ao adolescente...
Podemos entrar no mundo das crianças e adolescentes sim, não para pervertê-los ou para antecipar a entrada/permanência deles em nosso mundo, prejudicando seus desenvolvimentos, fazendo-os viver uma espécie de “sincretismo existencial”, mas para ajuda-los a passar por suas fases da vida sem traumas.
Conforme afirmei no título desse texto, crianças e adolescentes não são adultos, respeite-os!
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