O título desse texto, tirei de um comentário feito por Luciano Hang, empresário de sucesso, dono da Havan, em seu perfil no Instagram, em uma de suas postagens ilustrando uma foto que estampava a frase: “Gestores novos cometem erros antigos”.
Isso fez-me lembrar de um texto que produzi e publiquei no portal Maltanet no dia 03 de maio de 2019, “Quantos anos você tem?”, quando falei sobre uma pergunta que um amigo, para resenhar comigo, dirigiu a mim, questionando minha idade e eu, também de forma irônica, respondi que “tinha dez, vinte anos...” deixando-o obnubilado.
Logicamente que expliquei minha resposta citando Millôr Fernandes que disse: “Aniversariar é uma festa pra te lembrar do que resta” e justifiquei como Galilei Galileu que certa vez ao ser questionado de forma semelhante saiu-se mais ou menos assim: “Tenho, na verdade, os anos que me restam de vida, porque os já vividos não os tenho mais.”
Bom! Mas vamos ao que interessa!
Ao entrar no tempo, desde o ventre materno, somando o que trouxe de seus antepassados através de seus pais biológicos ao que foi captando pelos seus sentidos naturais, o homem vai construindo um imenso “cosmo” em seu interior. Esse mundo interior é e será determinante na forma do ver e interpretar o mundo exterior a ele, que é o mesmo para todos.
À medida que o tempo vai passando e o homem vai encurtando sua permanência nessa fase temporal, ele vai acumulando suas experiências. Fica para traz a infância, a adolescência, a juventude..., mas, vai graduando proporcionalmente a sua vontade, experiência de vida. Certamente que permanece nele, resquícios de todas essas fases da temporalidade humana. Mas, claro, mesmo que ele padeça de alguma patologia, prevalece o momento vivido.
Como disse em um diálogo com meu grande amigo Rodolfo Soares (in memoriam) em uma de minhas obras “Uma amizade que se prolonga para a eternidade”, ao ser questionado por ele sobre o que eu havia pensado quando completei cinquenta anos, eu senti uma espécie de saudosismo, não de tristeza, mas de uma saga vivida. Disse que meio século é muito para uma vida humana. Ao mesmo tempo percebi que, apesar da maturidade alcançada, não tinha mais a mesma vitalidade de antes. Afirmei que não se desfaz o que já foi feito, mas se aprende a conviver com o passado, sem se prender aquilo que consideramos negativo. Afirmei que jamais poderíamos julgar o passado com a experiência e a realidade do presente. Se assim o fizéssemos cairíamos numa espécie de anacronismo histórico, que nos afastaria da verdade de cada época. No passado, aconteceram coisas boas e ruins, tanto quanto no presente; cada uma delas no seu contexto. Certamente que temos saudades do que foi bom, e como gostaríamos de voltar no tempo para vivenciarmos cada uma delas... Lembrando que o que aconteceu (de bom) no passado, se fosse vivenciado no presente, com a experiência que temos e as mudanças que aconteceram ao longo dos anos, talvez não fosse tão intenso como foi naquela época. Em síntese, cada época tem seus prós e contras, mas sempre, no presente, somos acometidos pelo saudosismo fruto das experiências vividas.
É isso aí. Não se pode lamentar nenhuma fase da vida humana. O conjunto delas, as fases, a unidade que pode coexistir entre elas é fantástico.
Cada pessoa com seu grau de maturidade pode ajudar e se deixar ser ajudada. O aprendizado é por toda vida. Só assim, a alegria, o sucesso, a vitória sempre são possíveis. Basta que cada um aceite sua condição e se coloque a disposição do outro.
O Luciano Hang está certíssimo: “Quando se vai a juventude, vem a experiência!”
Enigmas da vida!!!
[Pe. José Neto de França]
Comentários