O IDEB é mais nova tendência a se seguir.
O Índice de Desenvolvimento da Educação Básica foi criado, juntamente com outros sistemas de avaliação para ‘medir’ a qualidade da educação no Brasil. Responsável por medir as habilidades dos alunos nas disciplinas de Língua Portuguesa e Matemática no 5º e 9º ano do Ensino Fundamental e 3º ano do Ensino Médio, busca avaliar de forma padronizada os alunos que estão no final de cada ciclo.
A quem pertence o IDEB? A quem interessa esse o resultado dessa avaliação? Quem estimula as metas para cada escola alcançar? Como está sendo trabalhado nas escolas essas turmas, ou essa educação para que possa atingir níveis elevados de qualidade?
Um telejornal vem apresentando essa semana a situação da educação no país. São índices alarmantes, situações vergonhas de analfabetismo no ensino superior, segundo o telejornal e uma realidade educacional que deixa o Brasil em últimos lugares no ranking. Mas, quem criou esse ranking, quem elabora os padrões de excelência para a educação? Quem a financia.
A pesquisa também divulgou que o estado de Alagoas possui o pior IDEB do país. Mais uma vez, somos os últimos. Certa vez uma pessoa perguntou como era viver em um estado que sempre está em último lugar divulgado pela mídia. Para os alagoanos é cruel, perverso, é fazer um trabalho e ver que se está andando para traz. É exaustivo, é desgastante, é desolador, é ser fantoche nas mãos de quem comanda.
Essas informações reforçam ainda mais uma cultura de inferioridade que há muito tempo já vem sendo disseminada entre os alagoanos. Muitos de seus habitantes já sentem vergonha em dizer que moram neste estado, isso significa que está dando certo. Quanto mais um povo sente vergonha de sua pátria, mas é um povo bom para massa de manobra.
Constroi-se um povo passivo, apenas transmitindo o que lhe fora passado. Um povo que não consegue nem trocar um produto vencido ou estragado que comprou em um mercado. Um povo calado. Um povo dominado.
Mas será que é tão ruim para todos os alagoanos está em último lugar? Nem sempre. Quando não chove no sertão apenas o sertanejo sofre, mas a indústria da seca lucra milhões com isso e chega a ‘xingar’ “São Pedro” quando ele atrapalha os planos ao ‘mandar chuva do céu’. Só pode ser medicado quem está doente, só pode ser saciado quem está com fome, só pode ser investido onde está negativo.
O problema de uns se torna a solução para outros. Mesmo que seja necessário contribuir para o aumento desse problema. A solução virá, então nem sempre será ruim para todos os que nos deixa em último lugar. E isso é uma lógica perversa, mas necessária para a sobrevivência de certos sistemas.
Como analisar de forma homogênea uma realidade tão heterogênea como a realidade brasileira?O IDEB já desrespeita esse indicador. Mesmo sabendo que ele procura medir por igual porque o investimento vem pelas mesmas finalidades, agora se ele não é repassando com as mesmas finalidades por cada estado, é obvio que isso repercutirá no resultado desse índice que com certeza não está agradando os organismos muitas vezes internacionais que financiam a educação no Brasil.
As escolas como referência dos piores lugares, são massacradas, apedrejadas, levando a lógica neoliberal em seu estágio mais absoluto, onde faz com que a população acuse todos que fazem a escola pelo seu fracasso. No entanto, não é feito um diagnóstico da situação da escola para saber quais os motivos que a levaram ao fracasso, apenas injeta uma quantidade exagerada de recursos financeiros, mobiliários, laboratórios e etc, e espera que a mesma aplique de forma que venha a aumentar o IDEB.
A realidade vai mais, além disso. Os motivos que fazem uma escola chegar ao fracasso são vários. A responsabilidade pertence a todos que estão envolvidos na educação, desde quem financia, a quem gerencia o financiamento, a quem executa, a quem disponibiliza a prestação de serviço a quem utiliza o serviço. A educação é um dos meios de evolução de um país. Se todas as estâncias de responsabilidades coletivas pela educação não reverterem essa situação e deixar de fazer uma educação de “faz de conta”, onde eu finjo que invisto vocês fingem que trabalham, os outros fingem que ensinam e os outros fingem que aprendem como dizia o autor, vislumbraremos dias com perspectivas arbitrariamente caóticos.
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