UM VENTUROSO 2011! E... GARAPA!

Fábio Campos

Queremos abraçar e agradecer os internautas que lêem nossas crônicas, contos e poesias, e desejar a todos desde já, um venturoso 2011! Neste final e início de ano, à quem tivemos oportunidade de felicitar Boas Festas via mensagem, citei sempre a palavra venturoso. Não sei se isso acontece com você, comigo acontece. E nem sei explicar direito, mas acho, simplesmente acho, que algumas palavras se metem a perseguir-nos vez em quando. Venturoso pra mim é a bola da vez. Esperamos que se coloque em nossas vidas com seu real sentido.

As boas vindas ao ano novo são dadas de diversas formas isso varia muito de pessoa ou povos. A quem siga ao pé da letra, velhas superstições. Umas se inventam de pular três ondas na praia; outras dão de entrar numa igreja e fazer um pedido ou atirar flores ao mar; se vestir de branco; ou jogar um pedido amarrado num lencinho perfumado num rio de água corrente. Guardar sementes de Melão de São Francisco. São tantas simpatias que alguns juram que não dão o menor crédito, mas na primeira oportunidade que aparece não hesitam em realizá-las.

E tem algumas que exigem uma certa dose de coragem e sacrifício por parte de quem pretenda realizar. Por exemplo apreciar de muito longe o show pirotécnico, é uma coisa de certa forma prazerosa. Muito embora se inventar da pessoa mesma soltar foguetes sem ter real noção de como se faz isso, pode trazer consequências muito sérias. Lembro de uma certa apresentação na praça da Bandeira em que um garoto foi encarregado de soltar uns fogos durante o evento. Quando tacou fogo no primeiro rojão o danado ao invés de subir, fez como dizia o humorista Zé Lezin: “Se a festa é aqui embaixo o que é que o “senhor” vai ver lá em cima!” Pense na bagaceira! Era uma correria, um salve-se quem puder! Sobre aqueles da praça muitos ainda hoje pensam que a bagunça fazia parte da apresentação.

No final de semana que passou, Dorival Bezerra e Dona Nilda, se confraternizaram com os amigos lá em Olhos D’águas das Flores, pelos 50 anos de casamento.(até um livreto de cordel foi distribuído uma homenagem dos filhos) Os familiares se encontrando e histórias interessantes sendo contadas. Minha mãe Dineusa ria à beça com as presepadas de um ali presente, em alto estado de embriaguez alcoólica. No popular: “cheio de garapa!” Isso a fez relembrar do tempo de infância, na rua que ela morava, passava altamente embriagado, um mendigo repetindo em alta voz:

-Eu só não dou as costas!

Um outro primo relembrava de um doido que tinha o apelido de Garapa. Virava-se no cão se alguém o apelidasse. Os maloqueiros só pra encrencar gritavam de longe:

-Água com açúcar!

E ele bufando saía resmungando:

-Mistura fio da peste!


Fabio Campos 05/01/2011 É Professor em S. do Ipanema - AL.

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