O EXTERMINADOR

Clerisvaldo B. Chagas

O EXTERMINADOR
(Clerisvaldo B. Chagas, 14 de abril de 2011).

Já estamos no segundo decênio do século XXI, mas os sentimentos negativos continuam tentando o homem. Há uma necessidade medonha de psicólogos e psiquiatras no mundo, para explicar mil coisas que nós, os simples mortais, não conseguimos entender. Uma delas é a mudança de comportamento entre o indivíduo candidato a cargo público e o próprio, após assegurar a vitória. Dizem que o camaleão tem o poder da camuflagem ou do mimetismo de acordo com as intenções de caça ou de presa. Mas esse pequeno e sabido animal tem perdido feio quando comparado aos políticos do meu velho Nordeste ou da nossa pequenina Alagoas. Como é possível tanta transformação em um vivente após chegar ao poder! Existe, porém a tese de que não existe mudança nenhuma. O novo cargo serve apenas para extravasar o que o sujeito já é. Dizem também que a verdadeira personalidade do homem é mostrada sob o efeito da bebida. Quando sóbrio, seu modo de ser continua disfarçado.
Lembro-me de vez em quando que uma pessoa falava sobre a política em Palmeira dos Índios. Quando certo candidato ganhou a eleição a prefeito, subiu a serra das Pias para consultar um raposa da política, pois todos que se elegiam em Palmeira faziam a mesma coisa. Ao indagar sobre como deveria agir na sua administração, o velho cacique disse apenas que pagasse dignamente aos seus funcionários. Surpreso, o novo gestor abriu a boca de espanto e indagou se só era aquilo que tinha a fazer. O raposa ratificou. O prefeito, decepcionado, desceu a serra das Pias.
O caso do governador de Alagoas, Teotônio Vilela, está urgentemente precisando de um cacique do bem para orientá-lo, a não ser que tenha trazido no sangue, desde a última encarnação, um ódio mortal contra funcionário pú-blico. Pode ter sido também trauma de infância ou ainda a arrogância polida de usineiro. Só um especialista em comportamento humano poderia dizer com precisão. Para nós, os funcionários públicos, tendo votado ou não em Teotônio Vilela, o desejo de arrancá-lo à força do poder, talvez seja muito maior de que a realidade de um reajuste de respeito. Muitos já fazem comparações as mais diversas sobre um homem fora da realidade. Será um Nabucodonosor? Um Chávez? Um Fidel? Como é que um homem que concorreu com Lessa, Collor, consegue uma expressiva vitória e depois frustra deliberadamente os que o levaram ao poder? Como é que um homem perde para as madeiras nobres do Sertão como o cedro, a aroeira, o angico, a baraúna? Que fraqueza é essa pior de que um cabo de vassoura? Vem de onde esse humor negro contra o funcionalismo do seu estado?
Alagoas continuará assim até que o próprio Deus possa mudar esse destino que leva o nosso estado ao primeiro lugar em tudo que não presta.Quem quer respeito faz por onde possa ser respeitado. Por enquanto, se não mudar, o nosso dirigente maior deverá ficar muito feliz com o título de O EXTERMINADOR.


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