CAIXA DE BOMBONS
(Clerisvaldo B. Chagas, 7 de janeiro de 2011)
Quando se fala em cultura ─ nova moda da esfera federal ─ vem as nossas cabeças os vários museus municipais que, pequenos ou gigantes, particulares ou oficiais, contribuem de forma efetiva com a formação histórica e artística brasileiras. Eles podem ser específicos ou gerais e vão despertando o interesse de professores, alunos, pesquisadores e turistas. Algumas cidades não possuem museu, outras possuem apenas um e outras trabalham até com muito mais de três. O gosto por essa fonte de cultura é conquistada aos poucos, por que, para a grande maioria da população, museu é apenas sinônimo de coisas velhas, imprestáveis, depositadas também em casas escuras e fantasmagóricas. Mas ainda bem que a insistência intelectual em afastar os fantasmas, vai conseguindo essa façanha tão difícil de vencer a tradicional ignorância. E por falar em museu, lembramos de um dos cartões postais e ponto de referência de São Paulo.
O MASP, pela singular arquitetura, é de fato único no mundo e causa uma admiração superlativa. O corpo principal edificado é um vão livre correspondente a 74 metros plantado sobre quatro pilares laterais. Seu impressionante desenho foi elaborado pela arquiteta italiana Lina, Lina Bô Bardi, casada com o também italiano Pietro Maria Bardi. O casal apaixonou-se- pelo Brasil e aqui vieram em 1947. Mas essa é uma bela história à parte que não se encaixa nesta apresentação. O Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand, com o acrônimo: MASP é o mais importante da América Latina e do Hemisfério Sul. Fundado em 1947, O MASP é uma instituição sem fins lucrativos e está desde 1968 na Avenida Paulista da capital. Sua forma é de uma grande e retangular caixa de bombons. Foi criado para ser um centro cultural e dinâmico. Tem a função de divulgar e amparar as artes de um modo geral, especialmente as artes plásticas.
O MASP é simplesmente magnífico. Mantém pinacoteca, biblioteca, fototeca, filmoteca, videoteca, cursos de artes e serviço educativo de apoio às exposições. Como exemplo, mexe com exibição de filmes e concertos de interesse artístico e cultural. Quem visita essa caixa de bombons, primeiro se encanta com sua própria arquitetura. Ela pode ser bela ou feia para o apreciador, nunca indiferente. Lá dentro podem ser encontradas obras de autores de diversas nacionalidades como Rafael, Andrea Mantegna, Botticceli, Bellini, Rembrandt, Frans Hals, Cranach, Velazquéz e Goya. A pintura francesa predomina. Podem-se encontrar ainda obras de Ronoir, Manet, Cézanne, Degas, Van Gogh e outros famosos mundiais.
Com essa exposição, notamos que os museus passam a exercer fascínio e orgulho, agora com aparato tecnológico que faz aumentar o prazer e o conforto de visitantes e apreciadores. E se o MASP atrai multidões pelo seu arrojado conteúdo, o exterior estimula o apetite pelas guloseimas da CAIXA DE BOMBONS.
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