ADEUS A PELOQUINHO, o gato de prata.

Antonio Machado

Antonio Machado

Na última sexta-feira (21/12/12), a cidade de Olho d’ Água das Flores, foi sacudida com a infausta notícia da morte prematura do universitário de Direito, acadêmico Luiz Carlos dos Anjos Filho, mais conhecido como Peloquinho, nascido aos 4 de janeiro de 1992, filho do casal Luiz Carlos e Verinha Vasconcelos, cuja a notícia cobriu a cidade com o crepe da tristeza pela beleza e a bondade daquele jovem tão cheio de vida. Peloquinho era bom filho, bom amigo e bom enamorado, em sua rápida passagem por esse mundo, soube imprimir a bondade, desejava tornar-se advogado a exemplo de seu irmão, vereador José Luiz Vasconcelos dos Anjos, porém a morte lhe tolheu essa carreira brilhante e de uma maneira tão forte e abrupta, em um acidente com o seu próprio veículo. A vida tem seus destinos e suas nuances, que os homens não compreendem, levando o poeta Colly Flores, a escrever: “a morte tem seus mistérios/ que os homens não compreendem,/ uns não querem entender,/ e outros querem e não entendem”.
Naquela tarde fatídica em que seu esquife era conduzido para o cemitério, via-se nos olhos das pessoas a dor e a tristeza sublimada pela saudade que será eterna, notadamente para seus pais e irmãos, Luiz Carlos, Verinha, Zé Luiz, Izabele. Vale agora lembrar tão somente das coisas boas que Peloquinho fez e a boa convivência com seus amigos. Por que esse título de gato de prata? Sim, explico: foi uma expressão que ouvi de uma jovem, sua admiradora, quando do velório, entre lágrimas a jovem exclamou: “meu gato de prata, acabou-se, só o verei na eternidade”. Perguntei-lhe, por que gato de prata, e ela calmamente respondeu, como você é jornalista, certamente vai botar isso no jornal, mas é porque ele era o rapaz mais bonito da cidade, e parecia um gato de prata, e a jovem saiu no meio do povo e foi embora. O imortal Victor Hugo escreveu: “os mortos são uns vivos invisíveis”, e se assim o é, Peloquinho, você está no meio de nós, porém muito mais na eternidade junto das pessoas boas. Oscar Wilde escreveu esta máxima, tão carregada de confiança: “a morte não me mata, me transforma”. Peloquinho, seus amigos e namoradas vão sempre lembrar dos seu companheirismo, alegria que você transmitiu, enfim, as coisas boas que todos vivenciaram ao seu lado. O grande Padre Antônio Tomás, deixou essa estrofe monumental: “quando partimos no verdor dos anos/ da vida pela estrada florescente,/ as esperanças vão conosco à frente/ vão ficando atrás os desenganos”. Uma crônica é pequena, para expressar o quanto você foi importante para sua família e amigos, mas sua lembrança falará sempre de você, e um dia você verá Deus face a face. Don Helder Cãmara deixou escrita esta certeza: “existem mortos que nós não enterramos, mas semeamos na terra”. E eu concluo que, esses mortos transformar-se-ão em flores para enfeitar o céu, e sua alma, Peloquinho, certamente se transformou em um belo de rosas e flores e estão em um grande candelabro aos pés de Nossa Senhora.

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