Centenário de nascimento do escritor Santanense Breno Accioly é celebrado em live nesta sexta-feira (16)

Cultura

Por José Malta Fontes Neto - Jornalista MTB/AL 1740

Live será transmitida pelo canal do YouTube da SEMED Santana do Ipanema

Nesta sexta-feira (16) às 19h30 terá início uma live que celebrará o centenário de nascimento de um dos maiores contistas do Brasil, o escritor santanense Breno Accioly.

A live terá como mediador o santanense Sílvio Nascimento Mélo e como palestrastes a professora Edilma Bonfim Acioli e o professor Márcio Ferreira, ambos professores da Universidade Federal de Alagoas – UFAL.

A professora Edilma Bonfim é autora do livro “Razão Mutilada. Ficção e Loucura Em Breno Accioly “ - já ministrou várias palestras em Santana do Ipanema, assim como o mediador Silvio Mélo que também já desenvolveu vários trabalhos sobre o Breno Accioly em nossa terra.

A live é uma realização da Prefeitura Municipal de Santana do Ipanema, por meio da Secretaria Municipal de Educação, Cultura, Esportes, Lazer, Ciência, Tecnologia e Inovação, com articulação da Diretoria de Cultura e conta com a parceria da Imprensa Oficial Graciliano Ramos

A seguir o link da live:
https://www.youtube.com/watch?v=1hfRL5eMzJA

BRENO ACCIOLY

Nasceu em Santana do Ipanema (AL) em 22 de março de 1921 e morreu em 13 de março de 1966 no Rio de Janeiro (RJ). Filho do Desembargador Manoel Xavier Accioly e de D. Maria de Lourdes Rocha Accioly e neto do “Coronel” Manoel Rodrigues da Rocha e de D. Maria Izabel Gonçalves Rocha (Dona Sinhá).

Afilhado do Padre Bulhões e devoto de São José incentivado pela professora Dona Josefa Lima (Zefinha Lima), madrinha de São João, que o alfabetizou. Morou no sobrado em frente à praça que tem o nome do seu avô materno, tendo como vizinhos (duas casas à direita) Agissé, Poni e Berenice Feitosa que o inspirou a criar os personagens João Urso, Poni e Cintia dos contos do seu livro mais famoso João Urso, bem como o Sr. Hermidio Firmo (duas casas à esquerda) personagem de um dos seus mais belos contos: O Natal do seu Hermídio.

Mudou-se com a família, em meados de 1930, para Maceió onde concluiu o ginásio e a escola secundária no Colégio Diocesano. Durante o ano de 1937 começou a escrever no jornal católico O Semeador .

Foi residir em Recife (PE), a partir de 1938, onde foi aprovado no curso de Medicina após cursar o pré-médico no Ginásio Pernambucano. Conviveu e foi amigo de João Cabral de Melo Neto, Gilberto Freire, Evaldo Coutinho, Otávio de Freitas Junior e Esmeragdo Marroquim. Também conviveu com o amigo e conterrâneo Dr. Clodolfo Rodrigues de Melo que presenciou o momento criativo inicial do conto A Rua dos Lampiões Apagados. Escreveu artigos e contos no Jornal do Commercio cujo editor era o professor, jornalista e poeta Mauro Mota, um dos seus amigos e incentivadores, com quem manteve assídua correspondência quando partiu para o Rio de Janeiro. Amigo do poeta contemporâneo Lêdo Ivo.

Residiu no Rio de Janeiro (RJ), a partir de 1943, onde concluiu o seu curso de Medicina na Faculdade de Ciências Médica em 1946. Atuou como médico leprológo (Prefeitura da cidade do Rio de Janeiro), dermatologista (Hospital Miguel Couto) e prestou serviços médicos na “Fábrica de Assucar Pérola”.

Em 1944, com 23 anos, Breno Accioly publicou o seu primeiro livro de contos João Urso que ganhou dois prêmios: o “Prêmio Afonso Arinos” da Academia Brasileira de Letras e o “Prêmio Graça Aranha” da Fundação Graça Aranha. Publicou, também, os livros de contos Cogumelos (1949), Maria Pudim (1955), o romance Dunas (1955) e o livro de contos Os Cata-Ventos (1962).

No Rio de Janeiro, então capital do País, Conviveu com a nata da intelectualidade brasileira: Ferreira Gullar, Lúcio Cardoso, Carlos Drummond de Andrade, os irmãos Condé, Mário de Andrade (com quem manteve profícua correspondência), José Lins do Rêgo, Graciliano Ramos.

Breno Accioly deixou obras inéditas: Isabela (contos), Pedras (romance), Crônicas (coletânea), O Caso do Guarda-Chuva Amarelo (contos) e Onze Contos Inéditos, além de um Diário.

Médico e escritor, portador de esquizofrenia, é considerado o maior contista alagoano e um dos melhores do Brasil.

Texto: Sílvio Nascimento Mélo

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