“No envelhecimento ativo ser otimista é fundamental, pois você aumenta a chance de viver mais e ter menos doenças”. A afirmação é da geriatra Helen Arruda, do Serviço de Geriatria da Santa Casa de Maceió, que aplica em seus pacientes os pilares da Organização Mundial da Saúde e alerta sobre uma série de outras atitudes que devem ser adotadas por quem quer envelhecer bem.
Não fumar, não beber em excesso, tomar as vacinas, fazer exercícios físicos, ocupar a mente e ter segurança (física e financeira) estão entre as ações que podem determinar se o indivíduo será um idoso saudável e ativo ou alguém que está apenas vendo o tempo passar. “Também é importante ter objetivos, sonhos e metas. Não pode achar que por estar velho não tem mais o que viver ou fazer. Se tiver um grupo que se reúna uma vez por semana, seja para uma atividade física ou alguma ação que te faça sentir mais vivo, não deixe de ir”, destaca a geriatra.
Não faz muito tempo que a genética era apontada como a responsável pela forma que envelhecemos. Estudos como os realizados pela Universidade de Harvard (iniciados em 1938) mostram que os hábitos de vida são responsáveis de 70 a 75% de como uma pessoa envelhece. “A maior proporção do que você será no futuro é o que faz hoje. É sua responsabilidade. Eu posso ter pais longevos e saudáveis e não ser. Então, não adianta chegar aos 70 e reclamar que a vida é ruim, se não fez nada para envelhecer bem”, disse.
Ainda segundo a especialista, não existe medicina antienvelhecimento, nem pílula antienvelhecimento, algo que se possa tomar e fazer aquilo que deveria ter feito. “A atividade física, por exemplo, é individualizada e precisa de acompanhamento de especialista. Mas as pessoas precisam se movimentar. O ser humano não foi feito para ficar parado num sofá com o controle da TV na mão, mudando de canal o dia todo. Então, quanto mais você se movimentar, mais terá benefícios em articulações, memória, cognição, músculos, equilíbrio… E quanto mais parado ficar, mais impactos negativos na vida de quem não se prepara para envelhecer bem. Existe um paradoxo: queremos viver muito e bem, mas não queremos ficar velhos, nem fazer esforço para isso”, afirma.
Desde 2009, a Santa Casa de Maceió mantém o Grupo de Envelhecimento Ativo com a participação de médicos de várias especialidades, além de psicólogas, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, nutricionistas e assistentes sociais, que se revezam em palestras informativas abrangendo orientações sobre saúde e alimentação, sexualidade, tecnologia, direitos sociais entre outros. Devido à pandemia da covid-19, a nova jornada presencial, que teve a inscrição de 246 idosos, precisou ser interrompida. No momento, encontros pela plataforma Zoom estão sendo organizados. A previsão é de que a primeira reunião virtual seja realizada ainda este mês.
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