Quando ele chegou, caía um temporal brabo. Parecia que o céu estava desabando. As águas desciam carregando tudo. Uma barraca de campanha do Exército, recebida de presente do irmão do governador de Sergipe, protegia a mãe e a parteira, que lutavam para trazer o menino ao mundo.
Corisco e seu bando, uma dúzia de homens perigosos, fugiam da polícia sergipana desde o início da manhã daquela quinta-feira insólita, 29 de agosto de 1935. Os cangaceiros caminhavam a passos largos, quase correndo. Os policiais, mais de 50, também. Os cangaceiros levavam vantagem, mas não muita. Não podiam parar. Dadá reclamava.
As primeiras dores do parto começaram a incomodá-la ainda durante a travessia do rio São Francisco, de Sergipe para Alagoas, nas imediações da cidade de Pão de Açúcar.
Agora, quase oito horas da noite, estavam distante da sede do município, em terras da fazenda Beleza, em direção às Emendadas dos Biés, mais próximos do núcleo urbano de Piranhas, numa localidade onde existe uma grande pedra que os moradores hoje chamam de Pia de Corisco.
A volante se aproximava perigosamente.
Cansado, o comandante do bando, o capitão Corisco, estava preocupado com a mulher, Dadá, e o filho que ia nascer no meio de um confronto.
Os cangaceiros trocavam tiros com os macacos. Rajadas de metralhadoras e disparos de rifles e pistolas cortavam o ar. A volante tinha alcançado o grupo. Alguém havia aberto os portões do inferno.
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Literatura: Sílvio, o filho de Corisco
CulturaPor redação com Érico Abreu 11/01/2019 - 16h 58min Cineasta Pedro Rocha

Silvio Bulhões - reprodução deocumentário "O MAR DE CORISCO" de Pedro Rocha
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