13 de setembro: 60 anos do tiroteio na Assembleia Legislativa do Estado de Alagoas

13 de setembro de 2017- 60 anos que aconteceu, no ano de 1957, o duelo esperado, com data e hora marcados, no interior da assembleia legislativa do Estado de Alagoas, em Maceió, quando o recinto estava com sacos de areia protegendo os deputados da bancada governista, contando com a presença de um não deputado, o jovem Robson Mendes, filho do presidente da casa, deputado Humberto Mendes, todos portando uma ou mais armas de fogo, tanto quanto os deputados da bancada oposicionista, que iriam votar naquela tarde o impedimento do governador Muniz Falcão, esperando-se a presença de muitos parlamentares federais convidados, havendo comparecido apenas o senador Juracy Montenegro Magalhães, e  sob o testemunho da imprensa representada pelo jornalista Márcio Moreira Alves, entre outros.

Logo imediatamente à abertura da sessão parlamentar, rompeu-se forte troca de tiros entre as duas bancadas de deputados, e depois de muitos minutos de fogo, cessado os tiros pelo esgotamento das munições, com a entrada das forças públicas militares foram encontradas perfurações de balas no busto em bronze do patrono tavares bastos, no corpo do presidente da casa, Humberto Mendes, tombado nos pés da geladeira do café parlamentar, atingido no flanco quando procurava posição pela retaguarda dos oposicionistas, e ferimento transfixante no pé do repórter Moreira Alves, além de algumas feridas menores em outras pessoas, havendo farta documentação fotográfica sido publicada pelos jornais e revistas da época, notadamente a "o cruzeiro".

Anos mais tarde, já deputado estadual, Robson Mendes seria assassinado em uma estrada, por um pistoleiro que para ele trabalhava; e, também já com o mandato de deputado federal, Márcio Moreira Alves, por motivo de discurso ofensivo aos governantes da república, causou o fechamento do Congresso Nacional.

Deputados durante o conflito na Assembleia (Foto:Acervo Jorge Oliveira)

Prof. Dr. Lamartine de Andrade Lima

Lamartine é um grande intelectual nascido em Alagoas, porém criado em Pernambuco. É professor aposentado da Faculdade de Medicina da Bahia, e da Academia de Ciências da Bahia. Foi assistente do grande médico alagoano - Estácio de Lima, que criou o Museu com as cabeças dos cangaceiros. Lamartine, sucessor dele na Direção do Museu, enterrou as cabeças dos cangaceiros. É um grande memorialista da história da medicina no Brasil, e é também Almirante reformado. (Luitgarde Oliveira Cavalcanti Barros)

(*) Fotos publicadas no livro CURRAL DA MORTE, Editora Record - Rio de Janeiro - São Paulo - 2010.