Hoje é Dia de São Pedro,
ontem Dia de São João.
Se tudo é robotizado,
na subjetividade maquínica,
chove festa em Santana:
quadrilha em cada esquina,
balões sobem aos céus:
preserva-se festa alquímica.
Quermesse, festa, leilão.
Quanto vale essa galinha?
Vale tanto quanto capão.
Não há atomismo social;
na festança, não se fala
mais nenhum ARRIÈRE,
e agora só DEVORTEIO;
o líder orienta À FRENTE,
antes EN AVANT TOUS.
Quadrilha, quermesse, leilão.
Dê preço à réstia de cebola,
à uma feira, a um boi manso.
O povo, alunos e os pais
fazem as festas juninas
alagando as velhas ruas.
Na fogueira, as línguas
convidam pular braseiro
à comadre, ao compadre.
São João, São Pedro,
é Dia de Sto. Antônio.
Trota da Grécia antiga
velho cavalo de Troia,
vindo da velha Roma
leis, direitos históricos;
finda o mês de junho,
as ruas ainda cheias
dançando quadrilhas,
e, feliz, o povo canta:
Viva Santana!
viva São João
e Sto. Antônio!
viva São Pedro!
viva o povo!
viva Santana!
viva Maria!
viva Socorro!
Cidade quando acorda,
encontra água na porta;
a água corre à vontade;
vejam as naves na igreja
apontando às nuvens
mãos postas na cidade.
Viva Socorro!
viva Maria!
viva Santana!
viva o povo!
viva São Pedro
e Sto. Antônio!
viva São João!
viva Santana!
viva o sertão!
M. Ricardo-Almeida
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