VIVA O DIA DE SÃO PEDRO

Poesias

M. Ricardo-Almeida

Hoje é Dia de São Pedro,
ontem Dia de São João.

Se tudo é robotizado,
na subjetividade maquínica,
chove festa em Santana:
quadrilha em cada esquina,
balões sobem aos céus:
preserva-se festa alquímica.

Quermesse, festa, leilão.
Quanto vale essa galinha?
Vale tanto quanto capão.

Não há atomismo social;
na festança, não se fala
mais nenhum ARRIÈRE,
e agora só DEVORTEIO;
o líder orienta À FRENTE,
antes EN AVANT TOUS.

Quadrilha, quermesse, leilão.
Dê preço à réstia de cebola,
à uma feira, a um boi manso.

O povo, alunos e os pais
fazem as festas juninas
alagando as velhas ruas.
Na fogueira, as línguas
convidam pular braseiro
à comadre, ao compadre.

São João, São Pedro,
é Dia de Sto. Antônio.
Trota da Grécia antiga
velho cavalo de Troia,
vindo da velha Roma
leis, direitos históricos;
finda o mês de junho,
as ruas ainda cheias
dançando quadrilhas,
e, feliz, o povo canta:

Viva Santana!
viva São João
e Sto. Antônio!
viva São Pedro!
viva o povo!
viva Santana!
viva Maria!
viva Socorro!

Cidade quando acorda,
encontra água na porta;
a água corre à vontade;
vejam as naves na igreja
apontando às nuvens
mãos postas na cidade.

Viva Socorro!
viva Maria!
viva Santana!
viva o povo!
viva São Pedro
e Sto. Antônio!
viva São João!
viva Santana!
viva o sertão!

M. Ricardo-Almeida

Comentários