FIO DE MÃE

Crônicas

Por Alberto Rostand Lanverly Presidente da Academia Alagoana de Letras.

Recentemente em conversa com Jesualdo discutíamos sobre os horrores acontecidos durante o conflito entre Rússia e Ucrânia, quando veio à tona o nome do deputado Arthur do Val, um verdadeiro fanfarrão paulista, que recentemente de forma consciente, externando a sua verdadeira índole, gravou vídeo grosseiro e agressivo para com todas as mulheres, qualquer que seja a nacionalidade.

Mesmo sendo um conquistador viciado, Jesualdo enquanto tecia fortes críticas ao parlamentar “Mamãe Falei”, como também é conhecido o político, recordou na infância, já haver tido experiência desagradável com uma ucraniana, época na qual conviveu com colega identificado pelo apelido de “Fio de Mãe”, garoto humilde oriundo de fazenda da redondeza, mas possuidor de expertise incomparável.

Lembrou que certa vez “Fio de Mãe”, lhe segredou que aos sete anos de idade, ainda residindo no sitio, por ser afilhado dos donos da terra, praticamente morava na casa grande e na ausência dos padrinhos, uma das brincadeiras mais apreciadas era esconder-se debaixo das saias das funcionárias do casal, que sorrindo diziam gostar das cocegas que fazia, sempre o chamando de safadinho.

Aos onze anos, seus benfeitores resolveram encaminhá-lo para continuar os estudos em seminário na capital, onde poderia não somente receber ensino de boa qualidade, como até ordenação sacerdotal. Opção nem de longe desenhada em sua cabeça.

“Fio de Mãe” era tão danado, acostumado com as diversões eróticas praticadas enquanto residia na fazenda, que quase diariamente deslocava-se até o centro da cidade para ficar espiando manequins nuas nas vitrines, ofertando asas à sua imaginação. Desde então era um aprendiz de tarado.

Certa vez, Jesualdo foi convidado pelo colega para uma aventura perigosa, pois vizinho ao seminário funcionava o convento dirigido por Madre Slova, uma ucraniana rígida de atitudes, onde meninas residiam, preparando-se para serem freiras.

Sabedores do exato horário em que as garotas dirigiam-se ao banho, montaram andaime em trecho escondido do prédio, por onde acessavam brechas existentes no telhado, possuindo dali esplendorosas visões de tudo o acontecia no interior.

Diariamente em sigilo absoluto, os dois bisbilhoteiros, pulavam o muro divisor das instituições religiosas, subiam na arapuca por eles ali deixada e ficavam a espiar o quanto durasse o ensaboar, enxugar, alisar daquelas fofuras. Ambos conheciam detalhes do corpo de praticamente todas as beatas que inocentemente lavavam suas partes.

Certo dia estavam nas alturas, desligados do mundo, quando escutaram feroz grito com sotaque estrangeiro: “Seus safados, saiam daí”. Imediatamente notaram ser a freira ucraniana braba feito siri. O susto foi tão grande que ambos caíram de onde estavam, contudo sem se machucarem. A diretora já com as unhas encravadas na orelha de cada um dos heróis, falou: “Querem ver mulher nua, vão olhar para suas genitoras”.

“Fio de Mãe” foi expulso do seminário, retornando ao interior sem nunca mais dar notícias, enquanto Jesualdo que estudava no Colégio Marista, não teve o mesmo fim devido a influência de seus pais junto a direção do estabelecimento.

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