Vossas Excelências Geografia e História nas aulas no Ginásio Santana, em Santana do Ipanema

Crônicas

M. Ricardo-Almeida


Ao longo do tempo, a presença do professor transmigrando a realidade nos espaços sociais. O ensino de quem se propõe a ensinar e a aprendizagem de quem se propõe a aprender representando ruas de lampiões acesos; acendedor de lampiões, de Jorge de Lima, é infatigável; rua a rua, parodia o sol e ainda associa-se ao luar no sertão: um espetáculo digno de todos os adjetivos.
Cabe à crônica voltar-se às Vossas Excelências Geografia e História nas aulas no Ginásio Santana, em Santana do Ipanema. Os professores de geografia e história, no ginásio de todas as distintas épocas, demonstrando quais são as fronteiras da compreensão e as delimitações na análise do que se escuta na voz do senso comum em diferentes espaços nas duas áreas de conhecimento.

O velho Ginásio Santana
na praça do Monumento;
tantas ruas consertadas.
Quantas casas...
...quantas vidas.

Um prédio: salas de aula;
os professores e alunos.
Conteúdos programados:
e os sonhos alçam voos
ganhando o mundo asas.

Nas situações cotidianas, em Santana do Ipanema, Vossas Excelências Geografia e História nas aulas no Ginásio Santana. Geografia e História desde os povos antigos (Ritter e Humboldt, na Alemanha do século XIX, tornam a geografia ciência; na magna Grécia, Heródoto, pai da História). Acaso o rei de Micenas teria chegado a Troia sem geografia e sem história? perguntam os professores em perguntas que se transfiguram aos alunos durante as aulas, no Ginásio.
As transformações estudadas nas aulas de geografia e de história. As coisas e os saberes movidos por história e geografia. As temporalidades e os lugares aos quais se acessam nessas duas áreas de conhecimento.

Na rua transformada
nessa calçada alta
ligando as cidades.
Há nessas casas antigas
as mesmas coisas;
na mesa da sala de estar
as mesmas pessoas,
as velhas paisagens.

Logo riacho Camoxinga
encontra-se com o rio,
segue o Panema abaixo.

Ficam as casas altas
feito um quadro
na paleta de Velásquez.
Nas luzes da manhã
iluminam-se as casas
nas cores de Van Gogh.
E o dia segue trôpego.
Voa um mosquito grogue.
E amanhecer não falha;
vem aurora sorridente.
Passa a chave na porta,
Santana do Ipanema.
É outro dia de trabalho,
e já é outro dia de aula.

E, neste breve texto, a memória de Vossas Excelências Geografia e História nas aulas no Ginásio Santana, em Santana do Ipanema. Acaso Miguel de Cervantes Saavedra gestaria esta narrativa “El Ingenioso Hidalgo Don Quijote de la Mancha” ignorando geografia e história? perguntam os professores aos alunos durante as aulas, no Ginásio. Como vocês querem desvendar o que acontece hoje ao mundo?

Santana fragmentada.
Cada imagem uma casa;
nessas casas não portas:
casas de lembranças
misturadas nas calçadas,
nas janelas de cada casa.

Não demora o dia passa;
outros dias também se vão.
Alguns dias tão na pressa,
e outro dia violão somente;
uma, duas garrafas à noite
numa lua n’água lida agora.
Na garrafa viaja a poesia;
em cada porto que passa
há sempre uma nova vida.

E o foco narrativo em Vossas Excelências Geografia e História nas aulas no Ginásio Santana, em Santana do Ipanema. Acaso Sun Tzu teria escrito sem geografia e sem história? perguntam ainda os professores aos alunos durante as aulas, no Ginásio.

Igrejinha de nossa Senhora
está diante da escola
(aquela igrejinha antiga).
Santana e a alteridade
amontoando assuntos,
conversas de amizades...

...de tantas promessas
vãs
...de muitos perdões
falidos
...de juras amorosas
dúbias
...de petições
contratos impedidos.

Diante do alheio se sabe
e quem realmente se é.
E está diante do Ginásio
igrejinha a nossa Senhora,
na praça o símbolo de fé.

Há reencontros, em Santana do Ipanema, nesta crônica às Vossas Excelências Geografia e História nas aulas no Ginásio Santana, renovando o reencontro entre o narrador personagem e o narrador onisciente? O ensino que se faz pensar historicamente, conforme as mudanças promovidas pela Base Nacional Comum Curricular, e os métodos com os quais se estuda os aspectos geográficos.
Ensino fundamental assegurando aos alunos de todas as épocas os por quês da natureza e os por quês da sociedade. Nesse bate-papo entre o passado e o presente com professores de geografia e história de todos os tempos.

M. Ricardo-Almeida

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