"Santana, oh, Santana..."
Canta o povo em coro:
"Santana, oh, Santana..."
Veja o ginásio na lama.
"Santana, oh, Santana..."
Veja; o povo protesta
Nesse ato tão solene.
"Santana, oh, Santana..."
Veja; cidade levanta-se,
Nosso povo proclama,
Reivindica sua história
No ginásio de esportes.
"Santana, oh, Santana..."
Não há de esquecê-la.
Veja; seleção brasileira
Jogou o seu jogo aqui.
E preservar a memória
É não a deixar morrer.
Comparando espetáculo,
Não há espetáculo maior
Entre espetáculos esses,
Se comparado ao futebol,
Aos demais espetáculos,
Desde primitivos povos,
Desde o Coliseu romano.
Em Santana do Ipanema,
O teatro é aos domingos,
Ipanema versus Ipiranga;
No jogo ninguém é frágil.
Futebol ilumina a cidade,
Girassol que segue o sol.
No papel futebol um farol
Livra o povo do naufrágio.
E numa ode ao amor se canta:
"Andava escasso desde ontem,
"Amor andava escasso, por fim,
"Foi visto numa janela entre casais.
"Veio à chuva, e já o levou embora.
"Não havia 'Banquete' nem Platão
"Reunindo Sócrates e Aristófanes.
"E concluído 'Cem anos de solidão'.
"Não havia mais tempo e, por hora,
"Fazia-se ode ao amor por diversão."
M. Ricardo-Almeida
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